MS já registrou mais de 1 mil focos de incêndio em 2019

Provocar incêndios em áreas de preservação é considerado crime ambiental - Foto: Álvaro Rezende/Correio do Estado

O Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Registro Naturais Renováveis) registrou, entre 1 de janeiro e 12 de abril de 2019, 1.005 focos de incêndio em florestas e áreas de preservação de Mato Grosso do Sul. O número representa 40% do total registrado em 2018, quando 2.380 locais foram incendiados.

O outono e o inverno são estações caracterizadas por tempo seco, ventos e chuva escassa; fatores que podem favorecer a ocorrência acentuada de queimadas e incêndios florestais. Por exemplo: uma bituca de cigarro jogada em uma vegetação seca nesse período pode ocasionar um grande incêndio. Por isso, as ações da campanha começam neste mês e seguem até outubro, período mais crítico do ano.

Em 2017, os números registrados foram bem maiores, devido a um comportamento típico das ocorrências nos últimos, além das mudanças climáticas. Nos 12 meses do ano retrasado, houveram 7.446 focos de incêndio. A série histórica de dados tem mostrado que normalmente após um ano com número reduzido de incidências o ano seguinte apresenta um número alto de focos.

QUEIMAR É CRIME

Diante da necessidade de evitar o aumento dessas ocorrências, a Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore/MS) realiza a “7a Campanha de Prevenção e Combate a Incêndios”.

Dados do Ibama apontam que mais de 70% do incêndios tem origem humana. Com base nesse alto índice, o tema da campanha deste ano é “Queimar é crime”, baseado na Lei 9.605/98, voltada para crimes ambientais. Conforme o artigo 41 da Lei quem provocar incêndio em mata ou floresta pode ter como pena a reclusão, de dois a quatro anos, e multa. E, em caso de crime culposo, a pena é de detenção de seis meses a um ano, e multa.

“Queimar é crime e quem provoca incêndio pode ser punido por essa atitude. Nosso principal objetivo é criar a cultura da prevenção, mostrar para a população o quanto os incêndios podem trazer prejuízos sociais, ambientais e econômicos e, o que nós podemos fazer para evitar e combater tudo isso. Para tanto compartilhamos informações por meio de palestras, treinamentos, panfletagens e outras ações. Buscamos diminuir direta e indiretamente os focos de incêndios em nossa região, tornar MS referência na prevenção mundial, incentivar a união do meio rural nesta luta e desenvolver economicamente o estado com atrativos preventivos para indústrias de diferentes segmentos”, destaca o presidente da Reflore/MS, Moacir Reis.

PROGRAMAÇÃO

Diversas ações estão programadas dentro da campanha. Serão realizadas palestras educativas em escolas rurais e urbanas da costa leste do estado. “As crianças representam o nosso futuro, elas são agentes multiplicadores de informações, por isso conscientizá-las desde cedo é importante para “plantar a semente” da cultura da prevenção. Para se ter uma ideia, em 2018 nossos associados estiveram em cerca de 40 colégios da região”, completa Moacir.

Outra ação é a realização do treinamento SCI – Sistema de Comando de Incidentes, por uma parceria entre o Corpo de Bombeiros e o Senar/MS. A capacitação almeja preparar os profissionais das empresas associadas a Reflore/MS para lidarem com situações de risco, relacionadas a incêndios florestais. No ano passado 80 pessoas foram capacitadas.

Para 05 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, estão previstas blitz educativas em Três Lagoas e na região de Água Clara, com entrega de panfletos e adesivos, para orientar os condutores que trafegam pelas rodovias. A campanha também será divulgada via placas informativas instaladas em rodovias, compartilhamento de informações em redes sociais e em outros formatos. Nos últimos cinco anos as ações atingiram cerca de 500 mil pessoas.

Fonte – correiodoestado