Ministério do Meio Ambiente avança no descarte de lâmpadas

Ministério do Meio Ambiente recebeu vinte novas adesões ao Acordo Setorial para implantação do Sistema de Logística Reversa de Lâmpadas Fluorescentes de Vapor de Sódio e Mercúrio e de Luz Mista.

A lista de fabricantes que aderiram a esta iniciativa praticamente dobrou e ainda há outros processos em andamento. O Acordo Setorial foi firmado no dia 27/11/2014 e publicado no Diário Oficial de 03/12/2015.

Seu objetivo é garantir que a destinação final dos resíduos dessas lâmpadas seja feita de forma ambientalmente adequada e em conformidade com a Lei Nº 12.305/2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, defendeu a implantação da logística reversa, lembrando que com a nova política o consumidor poderá descartar suas lâmpadas em locais apropriados no comércio, evitando riscos de contaminação por acidente, no solo e na água principalmente em relação ao mercúrio. “Além disso, o produto voltará ao ciclo produtivo podendo ser reaproveitado em outras aplicações”, destacou.

O Acordo Setorial previu a necessidade de controle prévio das importações de Lâmpadas Fluorescentes, de Vapor de Sódio e Mercúrio e de Luz Mista para garantir a participação de todas as empresas que atuam no mercado, uma vez que praticamente 100% destas lâmpadas no Brasil são importadas. Dessa forma, foi editada a Resolução Conmetro nº1/2016, publicada em julho de 2016.

A resolução condiciona a liberação da licença da importação de Lâmpadas ao cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos, em especial a logística reversa.

O Ministério do Meio Ambiente publicou no site do Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão de Resíduos Sólidos – SINIR orientações sobre os procedimentos a serem seguidos para o atendimento aos requisitos de obtenção da anuência prévia à importação de lâmpadas, conforme o estabelecido na resolução Conmetro nº 01/2016.

Responsabilidade compartilhada

O processo de construção do acordo setorial de eletroeletrônicos faz parte das exigências da Lei 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

De acordo com a política, os acordos setoriais consistem em contratos firmados entre o poder público e fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto.

O acordo setorial contempla as especificidades no descarte de cada categoria de produtos, desde os celulares até os eletrodomésticos de grande porte.

Em 2013, o Ministério do Meio Ambiente abriu um edital de chamamento para a elaboração de acordo setorial destinado à implantação de sistema de logística reversa de produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

Segundo o edital, caberá aos responsáveis pela logística reversa desses produtos destinarem adequadamente os resíduos, por meio de reutilização, reciclagem, recuperação ou outras formas de disposição.

Após a análise, as propostas terão de ser aprovadas pelo Comitê Orientador para a Implantação de Sistemas de Logística Reversa (CORI) e submetidas à consulta pública.

O comitê é coordenado pelo MMA e integrado por outros quatro ministérios (Fazenda, Saúde, Agricultura e Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior).

Riscos

O mercúrio contido em lâmpadas fluorescentes pode ser liberado para as matrizes solo, ar e água. Quando uma lâmpada quebra, parte do mercúrio contido no interior da lâmpada é imediatamente liberado para o ar na forma de vapor.

A inalação do mercúrio é mais perigosa do que o contato com a pele, podendo ser fatal dependendo das concentrações.

Os vapores de mercúrio quando inalados, podem facilmente atravessar a membrana alveolar até atingir a circulação sanguínea. No sangue, no fígado e nos rins o mercúrio é oxidado à forma divalente (Hg2+) pelo complexo chamado hidrogênio peróxido catalase.

Cerca de 80% do vapor de mercúrio inalado através dos pulmões é absorvido pelo sangue. No caso de lâmpadas, estudos mostraram a conversão de mercúrio para espécies mais tóxicas deste elemento em resíduos de lâmpadas devido a interação do mercúrio com o pó de fósforo e vidro.

Outro estudo, demonstrou, através da captura de vapor de mercúrio de lâmpadas novas, que depois de 4 dias a quantidade de mercúrio liberada para o ambiente, por uma lâmpada de 13 W pode alcançar até 30% do mercúrio total.