Metade dos municípios do Estado sofre com falta de médicos

A cada dez médicos em atividade em Mato Grosso do Sul, ao menos seis atuam em Campo Grande, estatística que provoca uma espécie de apagão de médicos em 40 dos 79 municípios.

O número é sustentado pelo estudo Demografia Médica, apurado no ano passado e divulgado no início deste ano. A pesquisa, publicada em 258 páginas, diz que na Capital cuidam de pacientes 2.504 dos 4.238 médicos cadastrados no Estado, isto é, 59,08% da categoria preferem ficar na maior cidade.

Alcinópolis, cidade distante 387 quilômetros de Campo Grande, é exemplo do quanto é difícil ficar doente ou querer prevenir-se das doenças em cidades pequenas e distantes da Capital. Com cerca de 4,7 mil habitantes, o município em questão conta agora com dois médicos.

Ano passado, um dos dois profissionais que atendia na cidade morreu e a secretária municipal de saúde Neiva Leite Carneiro precisou aumentar suas propostas para atrair um substituto.

Hoje, segundo ela, dois médicos, um de Dourados, outro de Cuiabá (MT), atendem a população diariamente. “Pagamos R$ 31 mil de salários a cada um, do contrário não conseguiríamos convencer ninguém”, acredita Neiva.

 CELSO BEJARANO