Mantega anuncia corte de R$ 15 bilhões nos gastos do governo

Luci Ribeiro e Silvana Rocha, da Agência Estado

BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou há pouco que o governo federal fará um novo corte no Orçamento deste ano para garantir o cumprimento da meta do superávit primário de R$ 110,9 bilhões, ou 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Ele disse que, nesse primeiro momento, o valor do corte será abaixo de R$ 15 bilhões, mas que ao longo do ano poderá haver outros cortes.

“O importante é cumprir a meta fiscal de 2,3%”, disse. “Ela será obtida a qualquer custo”, completou Mantega em entrevista concedida ao Bom Dia Brasil, telejornal da Rede Globo. O ministro disse que o corte abrange despesas de custeio e não afetará nem os investimentos nem os programas sociais do governo.

Mantega ainda afirmou, na entrevista, que o governo não está discutindo redução do número de ministérios. “Nós não estamos discutindo isso. Está na responsabilidade da Presidência da República”, afirmou. Sobre projeto aprovado no Senado para reduzir a tarifa do transporte público que recebeu emenda da oposição aumentado os gastos da União para manter o benefício, Mantega respondeu: “Não podemos aceitar este tipo de projeto”. O valor definitivo do corte no Orçamento será anunciado formalmente pelo governo na semana que vem.

Imposto

Em mais uma ação para ajudar o Banco Central no controle da inflação, o governo deve cortar o imposto de importação para aço, resinas, vidro, painéis de parede, borracha, plásticos, alumínio e outros insumos industriais.

Elevadas em outubro do ano passado para proteger a indústria, as alíquotas do imposto de importação (II) devem cair, agora, por causa da preocupação com o controle da inflação, prioridade máxima hoje da equipe econômica.

A redução do imposto de importação se junta ao anúncio do corte adicional de despesas do Orçamento da União, previsto para a semana que vem, e ao aperto dos juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na estratégia de “linha de defesa” para barrar a alta da inflação. A lista dos insumos que poderão ter alíquota menor está em análise pelos técnicos dos ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

(Com Adriana Fernandes e Iuri Dantas, de O Estado de S. Paulo)