Mais de 50 milhões de eleitores são esperados em eleições no Irã

As urnas foram abertas às 8h da manhã (0h30 de Brasília) nesta sexta-feira no Irã para escolher o novo presidente do país que vai substituir Mahmoud Ahmadinejad, que cumpre os dois mandatos consecutivos permitidos pela Constituição.

 

Mais de 50 milhões de cidadãos, dois terços da população do país, devem comparecer às urnas da República Islâmica do Irã.

 

Também serão escolhidos hoje os 126 mil representantes municipais, nas eleições locais que, pela primeira vez, ocorrem em conjunto com a escolha presidencial.

 

Mais de 60 mil centros eleitorais, com 130 mil urnas, foram instalados em todo o território do país para receber os votos dos 50,5 milhões de eleitores maiores de 18 anos.

 

Dos oito candidatos selecionados pelo Conselho de Guardiões, dois renunciaram. Quatro deles são ultraconservadores e próximos do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, um é reformista e o último um tecnocrata.

 

Os ultraconservadores são o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional, Saeed Jalili; o assessor do aiatolá, Ali Akbar Velayati; o prefeito de Teerã, Mohamad Bagher Qalibaf, e o secretário do Conselho do Discernimento, Mohsen Rezaee.

 

Como candidato de consenso dos reformistas ficou o moderado e pragmático Hassan Rohani, que espera conseguir votos suficientes para forçar uma segundo turno com um dos ultraconservadores, que estão divididos. O candidato tecnocrata é Mohamad Bagheri.

 

Ontem, vários canais de televisão e agências iranianas previram um segundo turno entre os dois candidatos mais votados, que será realizado no dia 21 de junho, se nenhum dos candidatos superar 50% dos votos.

 

O resultado das eleições de hoje será divulgado pelo Ministério do Interior, provavelmente em menos de 48 horas, e depois haverá um período de reivindicações que será resolvido pelo Conselho de Guardiões, o organismo religioso que supervisiona a vida política do regime teocrático, que vai promulgar o resultado definitivo.

 

Mais de 300 mil policiais foram mobilizados para garantir a segurança das eleições em todo o país, segundo afirmou o chefe da Polícia Nacional, o general Esmail Ahmadi Moghadam, e terão o apoio dos militares do Corpo de Guardiões da Revolução e milicianos dos Voluntários Islâmicos (Basij).

 

Como medida de segurança, desde ontem e até amanhã, a passagem fronteiriça de Mehran – na divisa com o Iraque – permanecerá fechada de acordo com o governador da região, Hoyatola Nasiripur. O ministro do Interior, Mostafa Mohamad Najjar, disse que também podem ser fechados outros pontos das fronteiras internacionais.