Luxa diz que ainda procura perfil do Sport e compara Magrão a vinho

Vanderlei Luxemburgo sentiu o sabor de vencer pela primeira vez à frente do time do Sport Recife. Quis o destino que a marca fosse alcançada justamente contra seu clube de coração: o Flamengo. Pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro, o Leão bateu o Rubro Negro Carioca por 2 a 0 na Ilha do Retiro. Após a partida, Luxa conteve a empolgação e ressaltou a importância de buscar uma identidade para sua equipe antes de mirar grandes objetivos.

“O Flamengo começou com uma marcação mais adiantada, mais leve para poder sair com a bola em cima do nosso meio campo. O Flamengo conseguiu isso nos primeiros 20 minutos e depois encontramos o time do Flamengo e começamos a dar umas espetadas. Então, a técnica deles, que estava sobressaindo, começou a não sobressair mais”, analisou o treinador.

“Buscamos identidade do grupo, perfil de equipe. Depois disso vamos dar ênfase a questão tática. Sem isso antes não vamos a lugar nenhum. Isso que eu estou buscando. A partir do momento que definir isso, nós vamos ver o que queremos, onde vamos. Não é que não estamos fazendo a parte tática, estou dando treinamentos de 25 minutos antes do jogo, usamos vídeo, levamos no papo, mas esse grupo tem coisa boa”, completou.

Na hora de comentar a atuação individual Magrão, Vanderlei Luxemburgo comparou seu goleiro de 40 anos a um famoso vinho da região de Bordeaux, de 1982, que foi adquirido por um asiático pela bagatela de 45 mil libras (R$ 162 mil) a garrafa durante um leilão em Londres, em 2010.

“Magrão é igual a um Chateau Pétrus, quanto mais antigo melhor. Excelente goleiro, muito bem trabalhado, muita experiência, e para a idade dele ele é muito ágil. Jogador perde agilidade quando fica mais velho, e ele continua ágil, muito identificado com o Sport”, disse Luxemburgo.

Sobre o futuro do Leão, o experiente técnico não escondeu sua preocupação com os desafios que vêm pela frente. O Sport pegará, em sequência, Vasco, São Paulo, Salgueiro (pela final do Estadual), Vitória, Atlético-MG e Santos.

“A tabela vai ficar meia madrasta com a gente. Já viu a sequência nossa? A gente tem que passar bem essa fase. Ainda falta uma coisa. Temos que passar essa fase. Depois muda, e eu queria ter uma semana com os jogadores, para poder ajustar umas coisas, e a gente não tem semana livre para fazer isso”, lamentou, ciente também da dificuldade em manter o mesmo ritmo de jogo apresentado nessa quarta. “A intensidade vai ser complicada de manter com jogo domingo, quarta, domingo, com jogador no departamento médico…”, concluiu.