Laços de Família: laranja de quadrilha liderada por PM e ligada ao PCC tem prisão revogada

Foi garantida liberdade a Kaique Mendonça, preso desde a Operação Laços de Família, em junho de 2018. Ele é considerado um dos laranjas da quadrilha, comandada pelo agora policial militar afastado Silvio Cesar Molina, e responsável por movimentações multimilionárias do grupo criminoso.

A decisão é do juiz federal, Bruno Cezar da Cunha Teixeira, e garantiu revogação da prisão preventiva de Kaique. A análise da manutenção aponta que há indícios de que o réu participava ativamente da organização criminosa, voltada ao tráfico de drogas. No entanto, não tinha ocupação de liderança ou gerência.

Nem mesmo era responsável pela negociação da compra ou venda do entorpecente e também não tinha situação privilegiada frente aos contatos da quadrilha no exterior. Para o magistrado, não é possível dizer que Kaique não tinha acesso aos recursos do grupo criminoso, já que as movimentações milionárias eram feitas em seu nome.

No entanto, ele era membro de menor relevância, sendo cabível a substituição da prisão por medidas cautelares. Assim, foi garantida a liberdade mediante assinatura do termo de compromisso. Kaique deve comparecer em juízo e não pode ir ao Paraguai sem autorização judicial. Também não pode mudar de endereço ou sair da cidade sem comunicar.

Laços de Família

A Operação Laços de Família mirava no grupo comandado por Molina, com ações na Justiça que têm até 22 réus e apontam um patrimônio familiar de R$ 19,5 milhões movimentados em poucos anos, incompatíveis com a renda do policial, de pouco mais de R$ 10 mil bruto.

O subtenente ostentava bens como uma Ferrari por Mundo Novo, interior de Mato Grosso do Sul. Dentre os réus estão o filho de Molina, Jefferson Piozevan Azevedo, assassinado durante as investigações e Douglas Bodinho, genro de Molina, apontados como os chefes da quadrilha.

Também figuram no grupo denunciado a esposa, Rosiléia, a filha, Jéssica, a nora, Lizandra, e Jefferson Bodão, cunhado de Jéssica, além de agentes operacionais e logísticos – como Jairo Rockembach Chicão, Maicon Henrique, Bonyeques Piovezan e Cláudio Cesar -, e ‘correrias’, que prestavam serviços financeiros, de segurança, negociação de veículos e integração do capital a atividades econômicas lícitas.

A operação foi deflagrada em junho do ano passado e aponta ligações da família com o PCC. Durante a operação, a Polícia Federal apreendeu R$ 317.498,16 em espécie, joias avaliadas em R$ 81.334,25, duas pistolas, 27 toneladas de maconha, duas caminhonetes e 11 veículos de transporte de carga. As ordens judiciais foram cumpridas em MS, Paraná, São Paulo, Goiás e Rio Grande do Norte.

Por – Midiamax