G1
A Juíza Maria Placidina de Azevedo Araújo, da Justiça Militar decretou, nesta quarta-feira (1), uma nova prisão preventiva contra o tenente-coronel do Exército Alexandre Almeida, preso por suspeita de desvio de armas para um clube de tiro no Espírito Santo.
O oficial já estava preso preventivamente, há uma semana, por militares do Exército terem encontrado com ele armas sem registro.
Agora, o novo pedido de prisão aconteceu porque a Justiça entendeu que o militar poderia obstruir a investigação, além de risco à hierarquia e à disciplina militares.
A defesa do militar entendeu que a decisão “se trata da mesma decisão”.
“São os mesmos fundamentos da decisão anterior. O Ministério Público Militar (MPM) apenas ratificou o pleito feito na prisão em flagrante. Não há como decretar duas prisões preventivas para um mesmo indiciado”, explicou o advogado Ary Brandão que irá recorrer do caso.
De acordo com as investigações, o tenente-coronel trocou mensagens com o proprietário de um clube de tiro em que ele orienta para “ocultar as armas buscadas pelos militares e a falsear a verdade”, o que para os investigadores evidenciou obstrução à investigação.
A promotora Anna Beatriz Luz Podcameni, do Ministério Público Militar entendeu ainda que pelo cargo que ocupou, o oficial poderia influenciar aos praças que podem ser chamados a depor como testemunhas.
Assim, em liberdade, de acordo com o MPM, o militar poderia influenciar os praças.
“O episódio delitivo e seus desdobramentos, quaisquer que sejam, têm o potencial de reverberar no âmbito da caserna”, explica a magistrada em sua decisão.
Ary Brandão disse ainda que até esta tarde de quinta-feira (2) não teve acesso integral aos autos do inquérito militar.
“Aí há clara violação de direitos e que tornarão atos judiciais nulos”, disse o advogado.