Juiz mandou bloquear R$ 300 milhões em bens de 3 empresas de bitcoins

Anahi Zurutuza

Além de autorizar a busca e apreensão em endereços de empresas que se apresentam como mineradoras de bitcoins e dos sócios das mesmas, o juiz David de Oliveira Gomes Filho também determinou o bloqueio de R$ 300 milhões em bens de 11 acusados de integrar esquema de pirâmide financeira.

O valor não necessariamente corresponde ao tamanho do patrimônio dos alvos da Operação Lucro Fácil, deflagrada nesta terça-feira (17). A medida, entretanto, foi tomada para garantir o futuro ressarcimento das vítimas do que segundo o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), trata-se de um golpe.

Da mesma forma como não é possível ainda determinar qual o montante que os envolvidos têm em bens, também é quase inviável saber quantas pessoas investiram dinheiro nas moedas digitais e não tiveram retorno.

Condomínio de escritórios onde a MinerWorld mantém unidade em Campo Grande (Foto: Saul Schramm)Condomínio de escritórios onde a MinerWorld mantém unidade em Campo Grande (Foto: Saul Schramm)

Principal alvo da operação, a MinerWorld, empresa que se apresenta como mineradora de bitcoins com sede no Paraguai e unidade em Campo Grande, diz ter ao menos 70 mil investidores em 50 países.

A MinerWorld, Bit Ofertas e Bitpago –empresas que pertencem ao mesmo grupo, conforme investigou o MP– também estão proibidas de atrair novos investidores, sob pena de multa de R$ 50 mil para cada pessoa que ingressar no “negócio”.

O Ministério Público defende, em resumo, que as empresas vendem “lucro fácil”, mas investidores, que são estimulados a atrais mais pessoas para a compra de bitcoins, não veem a cor do dinheiro.