Indefinições de candidaturas ao governo marcam ano pré-eleitoral em MS

 
 

 
Apesar do interesse dos principais partidos políticos em disputar o governo de Mato Grosso do Sul, ainda há indefinições nos quadros partidários em relação aos nomes dos candidatos que serão cabeças de chapa nas eleições gerais de 2014. 
 
Nem mesmo o PMDB, que detém o controle do governo estadual atualmente, tem esse privilégio. Em tese, o ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, seria a principal opção do partido para concorrer à sucessão do governador André Puccinelli (PMDB), ano que vem. 
 
No entanto, o partido tem posições divergentes em relação a isso diante do desejo de alguns correligionários pela candidatura da vice-governadora Simone Tebet, cuja preferência é postular o Senado na eventualidade de André não concorrer a nenhum cargo eletivo no próximo pleito. 
 
As indefinições em ano pré-eleitoral têm incomodado as principais lideranças peemedebistas e a cúpula regional da legenda que têm pressa na indicação do seu pré-candidato. A ideia é que o grupo saia na frente  e comece a percorrer os municípios do Estado visando chegar em 2014 fortalecido, capaz de fazer o sucessor de André mesmo sabendo que perdeu a “galinha dos ovos de ouro”, que é a prefeitura de Campo Grande, hoje controlada pelo PP do prefeito Alcides Bernal. 
 
Outro impasse no PMDB é com relação a possível aliança com o PT, de quem é adversário histórico. Particularmente, o governador teria interesse na dobradinha sob o argumento de que os dois partidos já são aliados no plano nacional. 
 
O presidente da Assembleia Legislativa, Jerson Domingos, é o peemedebista que mais defende essa união, conforme sucessivas  entrevistas que tem dado à imprensa a respeito do processo sucessório estadual.  Porém, há foco de resistência dentro de seu grupo político. 
 
A aliança envolveria a candidatura do senador Delcídio do Amaral (PT) ao governo do Estado e a de André, ao Senado. Essa costura vem sendo alinhavada há tempo e conta com o incentivo de líderes nacionais das duas legendas. 
 
Na verdade, o que as lideranças políticas do PMDB mais desejam é que o nome do pré-candidato seja conhecido o mais rápido possível. “Tem que ter candidatura própria. A não ser que não arranque e não consiga nem 30% dos votos”, avaliou a vice-governadora Simone Tebet ao chegar para a reunião do partido na manhã desta segunda-feira, em Campo Grande. 
 
No PT, o nome em evidência e que está em plena pré-campanha eleitoral é o de Delcídio. Ao contrário dos peemedebistas, que enfrentam problemas internos, os petistas estão convictos de que não terão dificuldades na hora de oficializar o nome de seu representante para concorrer ao cargo.  
 
O que tem intrigado as lideranças do PT são as articulações em torno das alianças partidárias. Particularmente, Delcídio vê com bons olhos ter o PSDB em sua chapa majoritária, motivado pelo sucesso nas urnas do deputado federal Reinaldo Azambuja, o terceiro mais votado nas eleições para prefeito da Capital, no ano passado. 
 
O mesmo entendimento tem o deputado federal Vander Loubet.  Porém, essa costura política esbarra na forte oposição que faz o ex-governador e vereador da Capital, Zeca do PT. 
 
Zeca, que já briga pelo comando regional do PT, também é contra qualquer entendimento com o PMDB. Ele acha que o partido não precisa do apoio nem de tucanos e nem de peemedebistas para voltar ao poder. 
 
Apesar de já estar se movimentando em torno do fortalecimento de sua candidatura ao governo, Delcídio tenta demonstrar que ainda não está preocupado com o processo, dizendo que ainda é cedo para  falar sobre o assunto. 
 
Há dias, em entrevista na Capital, previu inclusive mudanças de partido daqui até as eleições do ano que vem. “É difícil fechar aliança, porque tem mudança partidária. Há possibilidade de troca em função de 2014. Eu acredito que adversários nossos vão trocar de partido”, colocou.