Guia Lopes e Jardim devem produzir juntos 130 mil toneladas de soja

Os municípios de Guia Lopes da Laguna e Jardim, no Sudoeste do Estado, devem produzir juntos cerca de 130 mil toneladas de soja na safra 2020/2021, segundo informações fornecidas com exclusividade para o Jornal O Estado do Pantanal, pela Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso do Sul), nessa quarta-feira (03).

Os números ainda são especulativos, já que a região foi uma das mais atingidas pela estiagem no período de plantio e isso pode afetar diretamente a produtividade das lavouras. Entretanto, para fazer uma reavaliação do quadro, os técnicos precisam ter em mãos resultados de, pelo menos, 50% da área colhida, o que deve ocorrer só nos próximos 15 dias, caso as chuvas permitam nesse começo de março, cuja previsão meteorológica aponta acesso de precipitação.

As estimativas para os municípios que integram o Complexo Turístico da Serra do Bodoquena são semelhantes (veja quadro anexo). Bonito pode chegar a produzir 181 mil toneladas da oleaginosa, enquanto Bela Vista prevê uma colheita de 131 mil toneladas, Nioaque, 26 mil toneladas e Porto Murtinho cerca de 23 mil toneladas do grão.

PRAGAS

Ainda segundo a Aprosoja/MS, nos municípios mencionados ocorreram precipitações entre os dias 15 e 19 de fevereiro, nas propriedades acompanhadas, com registro 33 mm em Bonito e 23 mm em Porto Murtinho. Estádio fenológico: entre R2 e R8 nas mesmas áreas. Plantas daninhas: a incidência no momento se encontra entre ausente e baixa para as espécies milho tiguera (Zea mays L.), trapoeraba (Commelina spp.), capim amargoso (Digitaria insularis), buva (Conyza spp.) e guanxuma (Sida spp.). Pragas: a incidência também se apresenta entre ausente e baixa para as espécies lagarta das vagens (Spodoptera spp.) e percevejo marrom (Euschistus heros). Doenças: a incidência se encontra entre ausente e alta para as espécies mancha alvo (Corynespora cassiicola) e antracnose (Colletotrichum spp.).

ESTADO

Dados catalogados pelo Projeto SIGA-MS – o Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio implantado pela Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) em parceria com entidades de produtores rurais – mostram que já foram colhidos 9,7% das lavouras de soja da safra 2020/2021 em Mato Grosso do Sul. Na mesma época do ano passado, o percentual colhido chegava a 21%, o que evidencia um atraso decorrente do plantio tardio da cultura em consequência da escassez de chuvas na época.

Outra revelação importante que traz o Boletim 396 do Projeto Siga é com relação à área ocupada pela lavoura. “Após levantamentos de campo realizados entre os meses de novembro de 2020 e fevereiro de 2021 e a confirmação por meio de sensoriamento remoto, observou-se que a área plantada de soja foi menor do que a inicialmente prevista (3,645 milhões de hectares), ficando em 3,529 milhões hectares.”

A área da safra atual representa um aumento de 4,13% quando comparada com a área da safra 2019/2020, que foi 3,389 milhões de hectares, “mantendo assim a tendência de crescimento que vem desde a safra 2013/2014.” Com relação a produtividade, continua estimada em 53 sacas por hectare, o que projeta uma produção de 11,222 milhões de toneladas. Ano passado o Estado colheu 11,328 milhões de toneladas de soja, tendo em vista que a produtividade (que se estimava em 52 sc/ha) revelou-se maior, chegando a 55 sacas por hectares.

“Só será possível saber a produtividade mais para o final da colheita. Superada essa previsão inicial de 53 sacas por hectare, que é bem moderada, ainda podemos ter mais uma safra recorde. De qualquer forma, demonstra a força da agricultura de Mato Grosso do Sul que, apesar dos contratempos pela falta de chuvas no momento do plantio, o que fez atrasar todo o ciclo da lavoura, estamos colhendo uma das maiores safras dos últimos anos”, disse o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck.

MILHO

Enquanto a soja é retirada, os produtores não perdem tempo e já semeiam a 2ª safra de milho. No geral, 8,9% das lavouras já estão plantadas, o que representa também um atraso em comparação ao percentual da mesma época do ano passado: 17%.

(Edmondo Tazza – MTE/MS – 1266) (Com informações de João Prestes/Semagro)

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