Grupo de motoqueiros está aterrorizando bairro da Capital

Wendy Tonhati

 


 

Os moradores do bairro Água Limpa Parque, na região da Vila Nasser em Campo Grande, se dizem aterrorizados com um grupo de motoqueiros que começou a rondar as ruas do bairro neste mês. Segundo os residentes, cerca de dez jovens passam pelas ruas empinando as motocicletas, encarando moradores,e pelo menos três casas já teriam sido assaltadas.

Os vizinhos contam que criaram uma “rede de monitoramento”. Eles agora combinam de ficar um de olho na casa do outro. “Se vai sair, já fala para o vizinho. A gente vai ligando um para o outro. Agora mesmo, a vizinha foi almoçar com os pais e a gente, não sai”, diz uma das moradoras. 
Os moradores também se uniram e pagam um vigia para ficar de olho nas casas. Alguns colocam correntes pesadas nos portões, outros deixam os cachorros na frente para ficar mais seguro.

Segundo eles, os motoqueiros seriam jovens, escondem as placas das motocicletas, mas não escondem o rosto. “Eles são jovens, não aparentam mais de 20 anos e passam com a viseira levantada para mostrar que não tem medo de aparecer”, comenta outro morador. 

Um dos vizinhos revela que teria tido o portão eletrônico aberto pelos rapazes. “O portão abriu sozinho. Depois eles passaram empinando as motos e morrendo de rir”. Os moradores dizem que a Polícia Militar foi acionada e tem feito rondas periódicas pela região, mas não tem resolvido o problema. “Acho que eles estão prestando atenção no horário que a polícia passa. Não dá dez minutos e eles aparecem de novo”.

Uma moradora conta que uma das vizinhas teve a residência arrombada duas vezes. Em uma delas, foi furtada uma televisão e a casa foi vandalizada. “Uma moça que morava sozinha teve a casa arrombada duas vezes. Ela desistiu e foi embora. Não mora mais aí”. Outro episódio relatado, é do dia em que o grupo parou com as motos enfileiradas na frente de uma casa que está em construção e tem somente um vigia. Em uma obra, ferramentas de construção, como pás e enxadas foram levadas.

Por ser um bairro novo, algumas das ruas não têm iluminação pública e há vários terrenos vazios, o que facilita o grupo se esconder facilmente. Depois das visitas indesejadas, a rotina no bairro foi alterada. As famílias evitam sair para passear com as crianças na rua, não fazem mais caminhada no fim de tarde.

 “Se sai um, o outro tem que ficar em casa. O receio não é só de eles levarem os bens, mas desse jeito, ficamos com medo de que eles possam invadir as casas e fazer alguma coisa com a gente”, finaliza um dos moradores.

 

Luiz Alberto