Governo realiza leilões para conter a alta do dólar; entenda

Em épocas de forte valorização do dólar perante o real – nesta semana, rompeu a barreira dos R$ 2,30 – é comum o Banco Central (BC) realizar leilões para conter a alta. Entre as práticas mais habituais está o swap cambial tradicional. A medida, que funciona como uma troca oferecida pelo BC aos investidores, aumenta a demanda por dólar e controla o valor da moeda.

 

Diretor da Pionner Corretora de Câmbio, João Medeiros explica que o leilão swap tradicional é uma venda futura de moeda. Trata-se da comercialização de contratos em leilões de mercado. Não há venda física de dólar, mas sim a oferta de uma variação do câmbio. O Banco Central oferece uma remuneração em juro em troca da remuneração em dólar, ficando, assim, ativo em câmbio. Compra-se a moeda americana e se recebe a variação cambial ocorrida no período do contrato. O economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria, explica que é comum bancos adquirirem estes contratos a pedido de empresas.

 

No swap cambial, ambos os envolvidos se comprometem a pagar a oscilação da taxa. Assim, na operação tradicional, o investidor ganha caso a variação do juro seja maior que a do câmbio. Medeiros explica que o objetivo é dar cobertura, “portas de saída”, para operações de hedge, protegendo o valor do ativo em uma possível desvalorização posterior.

 

Campos Neto afirma que a prática ajuda a equilibrar oferta e demanda. É como ofertar dólar. “É uma medida eficaz, pelo menos por enquanto, que minimiza as pressões de alta”, diz o economista. Medeiros avalia que os leilões são um grande instrumento que não tínhamos no passado e procura evitar distorções no mercado. “É um mecanismo que o Banco Central tem pra evitar especulação”, acredita.

 

Além do tradicional, há ainda o swap cambial reverso. Neste caso, quando se projeta uma queda do dólar, o BC oferece remuneração em juro e recebe a variação do câmbio. O investidor ganha quando a variação do câmbio supera a do juro.

TERRA