Funasa de MS integra grupo de trabalhos para conhecer e orientar cooperativas de reciclagem

Em uma nova ação na área dos resíduos sólidos, a Superintendência Estadual da Fundação Nacional de Saúde de Mato Grosso do Sul, em parceria com órgãos municipais de Campo Grande, compõem um grupo de trabalhos para orientar e auxiliar as cooperativas de catadores de materiais recicláveis do município. Técnicos do Serviço de Saúde Ambiental (Sesam) da Fundação participaram das visitas na última semana, de 18 a 24 de junho.

Com o objetivo de conhecer a realidade do ambiente de trabalho dos catadores, o grupo de trabalhos pode mostrar os mecanismos com os quais pode ajudar nas necessidades das equipes. Além disso, as instituições pretendem organizar um plano de ação para ajudar as cooperativas a ter um trabalho mais organizado.

A ação foi realizada com a participação da Funasa a convite da Secretaria Municipal de Políticas e Ações Sociais e Cidadania (SAS), ainda com a colaboração das secretarias de Educação (Semed), Meio Ambiente (Semadur) e da Fundação Municipal do Trabalho (Funsat). Segundo a assistente social do SAS, Fernanda Teixeira, “é importante vir e conhecer a realidade, que por vezes é bem diferente do que imaginávamos. Temos que estabelecer um vínculo, o poder público pode buscar isso. Percebemos que esta é uma população que está à margem da sociedade e tem dificuldades, mas se tivessem mais acesso à informação já ajudaria na inclusão dos mesmos”.

As secretarias que acompanharam a ação tinham como intuito verificar e buscar soluções para as carências dos cooperados em questões que também afetam o desempenho deles no trabalho, como alfabetização, escola, creche, médicos, moradia e capacitação profissional.

Foram quatro dias de visitas onde o grupo de trabalho conheceu as cooperativas: Atmaras, Coopermaras, Cata MS, Coopernova, Coopervida, Coopermoreninhas e cinco núcleos da Coopersol. Hoje as equipes trabalham levando os materiais recicláveis descartados pela população à sua destinação correta, além de realizarem trabalhos artesanais com matéria prima que encontram no lixo.

Como foi visto pelos técnicos do Sesam/Funasa-MS, as necessidades dos cooperados são muitas, e na maioria das vezes as mesmas entre os que já estão organizados e os que ainda buscam a uniformização dos trabalhos. As carências vão desde a área para sediar a cooperativa até luvas e equipamentos de proteção individual, itens de segurança indispensáveis para o trabalho com os recicláveis, prevenindo acidentes. Outras reivindicações são: galpões adequados, lama asfáltica (para evitar a contaminação do solo), depósitos, prensas, segurança no local de trabalho com extintores de incêndio e muros no terreno.

“Há trabalhadores que estão em cooperativas, mas ainda atuam de forma individual, enquanto as atividades não estão devidamente organizadas. A renda obtida com o recolhimento de materiais recicláveis varia muito de acordo com o tempo e empenho que o catador emprega no trabalho, variando de R$ 30,00 até R$ 100,00 por dia”, afirma o técnico do Sesam Gregório Correa.

Correa lembra, também, que formados em cooperativa os lucros obtidos com o trabalho são divididos igualmente conforme política adotada pelos integrantes, proporcionando a eles uma renda fixa e demais benefícios do trabalhador que atua de carteira registrada.

O superintendente estadual da Funasa de MS, Pedro Teruel, destaca que “o papel da Funasa nessas visitas é informar sobre a existência de recursos para fortalecer a atividade dessas equipes, mas para isso precisam estar legalizados e devidamente organizados. Nesse primeiro momento atuamos orientando para que as cooperativas cheguem até os recursos e consigam mais qualidade nas condições de trabalho”.