Fotógrafo Jardinense é premiado no Brasília Photo Show 2017/2018 com uma foto da nossa ave símbolo, a arara vermelha grand

Bergson Romero Sampaio, vencedor na categoria natureza, batizou a foto vencedora como “fogo”. A foto foi feita no ano de 2013 às 14 horas, na Reserva Particular do Patrimônio Natural Buraco das Araras.

Foram 9.000 (nove mil) fotos inscritas e 402 (quatrocentos e dois) fotógrafos premiados sendo destes, apenas 4 (quatro) do Estado de Mato Grosso do Sul.

Como sabemos, a Arara Vermelha grande foi escolhida como a ave símbolo de Jardim, uma vez que o município conta com a maior concentração de araras vermelhas do mundo.

 

Sobre o Brasília Photo Show

O Brasília Photo Show é rebento de um livro que contava a história visual da capital do Brasil e que foi editado pelo fotógrafo Edu Vergara em 2013. Em suas andanças pelo mundo, Edu passou por Hollywood e pensou em criar um festival de fotografia que tivesse a força e despertasse tanta curiosidade popular quanto o Oscar.

No final de 2014, o Brasília Photo Show se transformou em um festival de fotografia lançado e gerido em rede social com participação de fotógrafos amadores e profissionais. Em abril de 2015, as primeiras inscrições/imagens produzidas com diversos tipos de câmeras – de celulares a equipamentos profissionais – começaram a chegar de todos os cantos do Brasil e do mundo. Depois de uma curadoria da equipe do BPS, os registros foram postados no Facebook para visualização, curtidas, comentários e compartilhamentos.

A primeira edição do festival alcançou números que fizeram do Brasília Photo Show um evento inédito. O maior festival de fotografia popular do Brasil não era mais apenas um sonho e alcançou mais de 5,2 mil inscrições, milhões de visualizações, curtidas e compartilhamentos. No final de 2015, uma festa realizada em um cinema de Brasília recebeu os participantes que chegaram de todos os estados e premiou centenas deles com câmeras, viagens e celulares. Os 306 registros vencedores foram publicados no livro Brasília Photo Show 2015/2016.

O grande volume e enorme repercussão dessa empreitada produziram um segundo rebento: a empresa Brasília Photo Show, cujo principal objetivo é administrar o festival, produzir as exposições dos trabalhos vencedores e publicar o livro do novo ciclo do evento. Em 2016, com uma estrutura física preparada e instalada, uma sociedade mais robusta e uma equipe técnica mais completa, o festival deu mais um salto em termos de participação de fotógrafos e de público no Facebook.

As inscrições cresceram 50% em relação à edição de 2015 e o público passou com folga os 10 milhões de views na rede social. A festa de premiação trouxe 250 espectadores impressionados e orgulhosos das suas conquistas, encantados com a força que o festival alcançou. Além das tradicionais câmeras, celulares, livros e créditos de viagens, o festival adicionou prêmios como a foto da capa do livro oficial e a entrega da estatueta Brasília Photo Show, o que motivou autores a produzir ainda mais. Muitos ganharam confiança para seguir carreira e já se destacam em suas regiões com o reconhecimento público de suas habilidades.

O prestígio do festival alcançou parceiros e marcas como o ParkShopping, Bancorbrás, Fnac, Eduk, Oba, Drogaria Brasil, Brasília Convention Bureau, JK Shopping, Terraço Shopping, Taguatinga Shopping, Brasília Shopping, agência Radiola, Cia de comédia os Melhores do Mundo e Sete Belos entre outros apoiadores e colaboradores.

As parcerias possibilitam a continuidade desse projeto e incrementam o processo criativo, essência do Festival que já premiou, publicou nos livros e expôs em uma série de mostras 692 fotografias. As exposições da edição 2016/2016 serão capazes de alcançar 3 milhões de visitantes. O público será, mais uma vez, apresentado aos talentos e às obras. Um novo ciclo, com o lançamento da edição 2017/2018 começa, novos desafios serão lançados e novas conquistas estão a caminho. Esse é o Brasília Photo Show.

 

Sobre a Reserva Particular do Patrimônio Natural Buraco das Araras.

A história do Buraco das Araras se perde na memória e na cultura regional. Embora já fosse conhecido há muito tempo pelos antigos habitantes da região, o primeiro registro oficial de sua existência aconteceu apenas em 1912, pelo peão Antonio Amaro de Oliveira. Ele e mais alguns companheiros de campo faziam seu trabalho rotineiro de manejo de gado na Fazenda Costa Rica, que naquele tempo ficava no distrito de Bela Vista, no antigo Estado do Mato Grosso (hoje essa região pertence ao município de Jardim, em Mato Grosso do Sul). Os homens perceberam que muitas araras voavam próximas a um grande capão de mata, e resolveram ver o que tinha lá no meio. Foi quando, ao invés de mato fechado, encontraram um imenso buracão escondido na vegetação. Devido à presença das araras, esse lugar passou a ser chamado de “Buraco das Araras”, e assim é conhecido até hoje. Dá pra imaginar como o antigo dono da Fazenda Costa Rica não gostou nada da novidade, com medo de que gado e cavalos pudessem cair no buraco. A solução foi deixá-lo de fora das fazendas, criando parte de um corredor de circulação (antiga estrada) entre as propriedades.   Nesse tempo, algumas pessoas visitavam o lugar, curiosas com seu tamanho e com as araras voando ali dentro. Mas logo um uso mais nefasto foi dado ao local. Algumas pessoas se deram conta de que a imensa dolina era um ótimo lugar para se eliminar desafetos, jogando seus inimigos lá dentro para que morressem e nunca fossem encontrados, tornando o Buraco das Araras um verdadeiro “cemitério ao ar livre”. Conta-se que muitos ladrões de gado, amantes descobertos e gente que sabia demais sobre algum segredo eram levadas para lá a mando de fazendeiros, capatazes, políticos e também bandoleiros, sendo o mais famoso Silvino Jacques. Suas histórias são muito conhecidas na região, entre elas o método de mandar os condenados correrem para escapar dos tiros sem saber que estavam correndo para o abismo fatal.   Felizmente isso tudo é parte do passado. Ficaram apenas diversas lendas contadas até hoje sobre fantasmas ou pessoas que conseguiram sobreviver agarrando-se nas árvores e retornando para se vingar de seus algozes. Estes causos começaram a ficar conhecidos, atraindo cada vez mais gente interessada em conhecer o famoso Buraco das Araras. Porém, muitas delas não tinham qualquer consciência ambiental, e como se podia chegar ao local livremente, o Buraco das Araras foi por muitos anos alvo de depredação, como tiros nas rochas e nas araras, badernas e abandono de muito lixo, incluindo carcaças de carros roubados. Como resultado dessas práticas negativas e também do desmatamento acentuado da região, as araras antes abundantes, foram aos poucos desaparecendo, até não restar mais nenhuma e o nome Buraco das Araras ser apenas uma lembrança passada.

Mas em meados da década de 1980 as coisas começam a mudar. Em 1986 o senhor Modesto Sampaio comprou uma parte da Fazenda Costa Rica para trabalhar com criação de gado, batizou esta nova área de Fazenda Alegria e trouxe a esposa e os três filhos para ajudar. Mas o que eles não sabiam é que o antigo corredor de gado também foi incluído na compra, e o buraco estava bem no meio do lote comprado. Sua esposa não gostou nem um pouco da novidade, mas como tudo na vida tem uma razão de ser, seria questão de tempo descobrir o destino daquele lugar. Assim o Buraco das Araras foi todo cercado para evitar acidentes com o gado criado na fazenda, e passou a ser sempre visitado pela família para apreciar a beleza local. Mas as visitas dos curiosos continuavam, e muitas delas acabavam em vandalismo. Seu Modesto, que sempre gostou da natureza, ficou incomodado com isso, e teve uma ótima ideia. Quando percebia que tinha gente estranha querendo soltar fogos de artifício ou tiros para fazer barulho e assustar as aves nos arredores do Buraco, se aproximava todo matuto e pedia para que as pessoas fossem embora. Quando o visitante retrucava, ele dizia: “Me desculpe, mas foi ordem do patrão…” E as pessoas acabavam indo embora sem saber que ele mesmo era o patrão… Aos poucos o vandalismo foi diminuindo, e as visitas queriam apenas admirar, sem interferir. Mas esta curiosidade dos visitantes não passou despercebida, e despertou nos proprietários a consciência da importância daquele lugar. E a vontade de tornar aquele buraco cheio de araras novamente cresceu.

A vocação para o turismo ficava evidente a cada novo curso de capacitação que os proprietários faziam e a cada nova melhoria implantada na área. Além da Licença Ambiental de Operação Turística, em 2000 o Buraco das Araras participou do Encontro para Regulamentação do Uso Turístico das Cavernas (e outras cavidades naturais) do Planalto da Bodoquena, promovido pelo CECAV/IBAMA em Bonito. Diversas medidas de conservação foram discutidas durante o evento, e a partir de então aconteceram várias melhorias em sua estrutura para se adequar à legislação ambiental. Destacam-se a recuperação da vegetação quase integral da Fazenda Alegria, a alteração no traçado da trilha, o novo receptivo a uma distância maior da dolina, adoção de intervalo controlado de tempo para os grupos visitarem o local e treinamento de guias e monitores. Nos anos seguintes, já considerado um destino consagrado de turismo e também um exemplo de conservação ambiental na região, os proprietários sentiram a necessidade de perpetuar a conservação do Buraco das Araras, e então criaram a Reserva Particular do Patrimônio Natural Buraco das Araras em 11 de abril de 2007, tornando os 29 ha ao redor da dolina protegidos para sempre.

É um passeio contemplativo, com duração aproximada de 01h20min. Caminhada leve por aproximadamente 970 metros, ao redor de uma dolina (formação geológica), com duas paradas para observação e contemplação em dois mirantes. Os grupos são de no máximo 12 pessoas, sempre acompanhados por um guia de turismo ou monitor ambiental local. Formação geológica resultante do desmoronamento de blocos rochosos criando esta enorme cavidade: são 500 metros de circunferência e 100 metros de profundidade. No fundo do buraco, uma lagoa de água esverdeada, rodeada por mata exuberante, abriga jacarés cuja sobrevivência permanece um mistério. Além deles e das araras-vermelhas, mamíferos como tatu, a cutia, o quati, o lobinho e outras 150 espécies de aves, incluindo curicacas e tucanos, escolheram o lugar para viver.