Força-tarefa intensifica combate às queimadas no Pantanal e protege o Parque Rio Negro

O combate aos focos de calor no Pantanal continua intenso, exigindo não apenas esforço extremo dos 480 brigadistas militares e civis, mas muitas horas de planejamento e mudanças de táticas sob a coordenação da Sala de Situação do Sistema de Comando de Incidente (SCI), montada no quartel do Corpo de Bombeiros de Aquidauana.

A dificuldade de acesso a locais que queimam mesmo com água, vegetação densa e morraria é o maior desafio para eliminar os pontos de fogo. O apoio aéreo, com dois helicópteros (da Polícia Militar de São Paulo e do Exército) e um avião (modelo Air Tractor, do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal), com 17 tripulantes, tem facilitado o deslocamento da tropa.

“Temos trabalhado 14 horas, ou mais, por dia para planejar as ações e temos avançado, controlado a maioria dos focos, contando com o apoio das fazendas, que nos cedem equipamentos, voluntários e pouso”, afirmou o tenente-coronel Huesley Paulo da Silva, que comanda o SCI de Aquidauana.

Fofo em reserva da Fazenda Bodoquena, em Miranda, já consumiu 400 hectares: região de difícil acesso. Foto: Edemir Rodrigues

A ação conjunta entre os bombeiros de Mato Grosso do Sul e do Distrito Federal é resultado do decreto de situação de emergência, assinado no dia 12 de setembro pelo governador Reinaldo Azambuja, e conta com o apoio do Ministério de Desenvolvimento Regional, por meio da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec).

Operação aérea

Enquanto o fogo na fazenda Caiman está sob controle, a atenção é redobrada para outros focos que estão se intensificando no Pantanal, consumindo centenas de hectares na fazenda Bodoquena (Miranda), fazendas Porto Siríaco, São Roque, São Sebastião e Entre Rios, entre Aquidauana e Corumbá. O objetivo central é preservar o Parque Estadual do Rio Negro.

Sala de Situação do Corpo de Bombeiros, em Aquidauana: monitoramento e planejamento da operação. Foto: Edemir Rodrigues

“A todo instante a sala de situação recebe as informações das equipes de campo e de dados atmosféricos via satélite (ventos, chuvas, umidade do ar, etc.) para tomada de decisões e redirecionamento de equipes para outros focos de fogo”, informou o boletim da operação, divulgado nesta terça-feira (23) pelo Corpo de Bombeiros.

A presença das aeronaves tem sido primordial para a eliminação dos focos em áreas de difícil acesso. Na segunda-feira (23), o avião do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal realizou 20 decolagens do aeroporto da Caiman, lançando 40 mil litros de água nos pontos críticos, em sete horas de voo. O helicóptero da PM de São Paulo realizou nove transportes de equipes da força-tarefa e 42 lançamentos de água, totalizando 23 mil litros.

Texto: Sílvio de Andrade – Subsecretaria de Comunicação (Subcom)