Federação de policiais civis protocola ofício a Azambuja para revisar demissão de investigador

O ofício foi entregue na Sejusp e na Delegacia-Geral

Foi protocolado na quarta-feira (29), ofício destinado ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB) para revisar a demissão do ex-investigador Tiago Henrique Vargas. A demissão foi publicada no Diário Oficial em 17 de julho e o ofício foi assinado pela Feipol (Federação Interestadual dos Policiais Civis).

No documento, é citada a demissão do ex-policial, publicada há duas semanas no Diário Oficial do Estado, a princípio como resultado de processos administrativos. A federação pontua que tais processos são motivados pelo posicionamento político de Tiago, que chegou a postar nas redes sociais comentários e opiniões contrárias ao governador Azambuja.

Assim, é tido como “inconcebível que em um Estado Democrático de Direito a administração pública utilize de mecanismos dessa natureza para perseguir servidor que nada mais fez que exercer seu direito à livre expressão e manifestação”. Também é chamada de covardia a atitude do governo de demitir o policial.

No ofício, a atitude é descrita como perseguição. Por fim, a federação pede a revisão da demissão de Tiago, além dos processos administrativos em andamento e também a reintegração aos quadros da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.

O documento termina assinado pelos presidentes das federações do Centro-Oeste e Norte, Nordestina, do Sudeste, Sul e Cobrapol (Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis). O ofício foi protocolado e entregue junto à Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) e Delegacia-Geral de Polícia Civil.

Demissão e críticas políticas

No dia 17 de julho foi publicada a demissão do então investigador Tiago. Horas depois, o anúncio pela Polícia Civil de que o ato teria resultado de um processo por ameaça ao qual ele responde, no qual teria cometido 9 infrações disciplinares. No entanto, o processo ainda não foi julgado e a denúncia data de 30 de abril de 2019.

No mesmo dia, o ex-policial fez um vídeo afirmando que já tinha se envolvido em polêmicas por expor nas redes sua opinião política. Além disso, teria inclusive sido transferido de Campo Grande para Pedro Gomes já como uma forma de punição.

Assim, no vídeo ele afirma que não foi demitido por ser corrupto, ou por crimes de extorsão e descaminho, além de nunca ter tido desvio de conduta. Também chega a dizer que não está sendo demitido pelo “desvio de mais de R$ 65 milhões em notas frias”, uma referência ao recente indiciamento de Reinaldo Azambuja pela Polícia Federal.

Após o caso, o Midiamax noticiou que a prática da demissão de policiais envolvidos em crimes ou procedimentos administrativos não é comum. Com isso, foram elencados casos de agentes denunciados pelos mais diversos crimes que continuam nas instituições ou foram ‘aposentados’.

Além disso, um pedido recente da defesa de suspender a demissão foi negado pelo Judiciário. Entretanto, há outro pedido similar que aguarda decisão.

Confira o ofício na íntegra

Federação de policiais civis protocola ofício a Azambuja para revisar demissão de investigador

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