Família perde tudo após registro do botijão de gás falhar e incendiar a casa

RAFAEL RIBEIRO

Televisão e rádio. Esses foram os únicos bens que uma família do Bosque da Esperança, na região leste da Capital, conseguiu salvar após um incêndio de grandes proporções destruir por completo sua casa no início da tarde desta quinta-feira (22).

As chamas iniciaram por volta das 13h, após a válvula de escape entre botijão de gás e registro se soltar. A cuidadora Cledeir Batista Sampaio da Silva, 33 anos, fazia o almoço para a família. Cozinhava carne na panela de pressão e, com a demora do preparo, decidiu descansar no sofá. Acabou pegando no sono. Acordou com o marido, o pedreiro Aldair Francisco da Silva, 33, acordando-a desesperado com as chamas já consumindo toda a estrutura da casa.

“Foi assustador, o fogo se alastrou muito rápido”, disse a irmã de Aldair, a comerciante Neuza da Silva, 44. O pedreiro tinha ido levar os dois filhos pequenos na escola, próxima da casa. “Um trajeto de dez minutos apenas. Se fosse mais longe, teria acontecido uma tragédia ainda maior”, completou.

Ninguém sofreu ferimentos graves. Por conta do calor, Cledeir ficou com bolhas no pé por queimaduras. Vizinhos que se uniram para tentar apagar as chamas e retirar os pertences também saíram com queimaduras, mas leves.

Segundo os Bombeiros, a gravidade do incêndio afetou a estrutura da casa, que pode ter de ser demolida. Alicerces e todo o telhado da casa ficaram comprometidos.

Portal Correio do Estado encontrou ainda fumaça e temperatura alta, passados quase duas horas depois do combate às chamas. Na parede do que era a sala, uma tristeza: os violões destruídos usados pela família no grupo musical da Igreja Católia de São Jose, onde frequentam.

Em meio à destruição completa, a imagem do bem: um crucifixo, intacto na parede queimada. Sinal de que a fé é necessária. E se faz presente. Vizinhos e membros da igreja não paravam de chegar com doações como roupas e comida. Como diz o nome do bairro, há esperança.

Mas a necessidade é grande. Abalada, a família está em casa de familiares. Não consegue falar sobre o ocorrido sem que as lágrimas caiam pelo rosto. E pedem ajuda, doações para se reerguer e assim acreditar que de fato dias melhores virão.