Família de garoto que sofre de fogo selvagem ganha casa doada por produtores rurais

O menino Paulo Sérgio, o Serginho, de 4 anos, recebeu alta ontem (10) do Hospital de Coronel Sapucaia, onde permaneceu internado por três dias em observação. O garoto, que sofre de pênfigo foliáceo (doença conhecida como fogo selvagem), estava com feridas infeccionadas espalhadas pelo corpo inteiro e também desnutrido (pesava 13 kg quando o ideal seria 18 kg).

Serginho agora está em um hotel em Coronel Sapucaia com a família, em um quarto cedido pelo dono do estabelecimento. Ele vai seguir com o tratamento da doença em uma clínica particular de Dourados, com acompanhamento de um médico dermatologista, e já está tomando remédios.

A família refugiada permanece no hotel até que a casa que foi doada por produtores rurais na Vila Mate Laranjeiras, em Coronel Sapucaia, esteja estruturada, como destacou o diretor do Lar Cristo Redentor Aristides Montania, que acompanha a família desde o início.

“Graças a Deus ele, a mãe e o irmão receberam alta [eles também estavam internados por subnutrição e doenças de pele, como micose e sarna]. Ele [Serginho] já está melhor, e até sorrindo. Agora estão no hotel até que a gente organize a casa. Estamos vendo os móveis, recolhendo todas as doações que estamos recebendo para ajudar a montar um lar para essa família. Ainda essa semana eles já devem ir para casa”, disse Aristides.

O caso
Serginho, que é indígena de origem paraguaia, vivia com a família em condições precárias, em um barraco de lona na Linha Internacional, entre Coronel Sapucaia e Capitan Bado, no Paraguai.

 

 

Eles foram retirados do local por voluntários do Lar Cristo Redentor, que tomaram conhecimento do caso e buscaram ajuda. Depois da repercussão do caso, os voluntários conseguiram tratamento para o menino e doações para a família.

Segundo indicado aos voluntários pela família, que não fala português fluentemente, o garoto havia sido ‘desenganado’ por médicos paraguaios, e por isso eles vieram para o Brasil, em busca de tratamento. O pai, de 25 anos, identificado como Isidro, a mãe, Noélia, de 21 anos, e o irmão, um bebê de cinco meses, não possuem documentos de identificação. Aristides disse que os voluntários estão buscando ajuda para regularizar a situação.

“Ainda não tivemos um apoio nesse sentido, mas vamos procurar meios para legalizar a família, até para depois eles arrumarem emprego e terem uma vida digna, e poderem cuidar dos filhos”.

Doações
A família de Serginho continua precisando de doações, conforme Aristides. Os voluntários estão auxiliando para montar a casa onde eles vão morar.

“Temos recebido ajuda de muitas pessoas em vários lugares, por causa da repercussão. Mas ainda precisamos de apoio para dar um final feliz ao caso. Precisamos de doações para a casa e também de apoio para conseguir regularizar a situação deles aqui no Brasil”, apontou o diretor do Lar Cristo Redentor.

O telefone de contato para doações é o do próprio Aristides Montania, nos seguintes números: (67) 9952-9070 / 9949-4019.