Família acreditava ter encontrado Ikki, mas era outro cachorro: o Paolo Bracho

Toda novela tem um final feliz e a trama envolvendo Paolo Bracho e Ikki não poderia ser diferente. O cachorro que assumiu o lugar do outro por alguns dias foi adotado e já está em paz com o novo “irmão”. “Parece que eles se completaram”, diz o tutor José Eduardo Ramos de Carvalho, 33 anos.

“Eles estão se dando super bem, eu chego em casa e eles estão dormindo juntinhos aqui na varanda. No começo tinha aquela rusga, por assim dizer, meio que parecendo uma novela mesmo. Mas, nada como uma boa conversa e uma boa convivência”, acredita José.

Paolo Bracho assumiu a identidade de Ikki na semana passada. Tudo não passou de um mal entendido, mas que agora é considerado um golpe de sorte para José, que está completamente encantado pelo usurpador. “Paolo foi encontrado na sexta-feira à noite depois de muito cansaço. Foi um erro que deu certo”, ri.

A descoberta da farsa e a chegada de um novo integrante a família trouxe alegria para a casa de José, que passa por um luto recente com a partida do avô há quatro meses. “É um cachorro sensacional que veio agregar a nossa família, trazer de volta a felicidade e o amor que tinham nos sido cerceados”, frisa.

José com seus cachorros "gêmeos". — Foto: Reprodução/RedesSociais

José com seus cachorros “gêmeos”. — Foto: Reprodução/RedesSociais

Troca de identidade

Ikki sumiu no dia 25 de janeiro, às 5h30 da manhã, no bairro Lar do Trabalhador, em Campo Grande, durante um corriqueiro passeio matinal. “Eu sempre saia de manhã para o Ikki fazer suas necessidades, recolhia e voltava com ele ao lado. Ikki sempre foi um cachorro especial, tem um probleminha neuro bem complexo, então, só aceita as coisas dele, do jeito dele. Nisso ele sumiu enquanto eu estava entrando para dentro da casa, junto com ele”, conta.

José correu por várias quadras atrás de Ikki, percorreu por dias o bairro e até abriu sacos de lixo em busca de vestígios, mas não soube nenhuma notícia por dois dias. Até que uma publicação nas redes sociais na sexta-feira (28), o levou até um cachorro preto e branco, com pintinhas pretas, no bairro Tarumã.

“Liguei por vídeo, ele lambeu a tela do celular. Mas, depois descobri que eram dois dogs diferentes, mesmo estando 1.5km de distância um do outro”, ri.

Paolo demonstrou conhecer até Pandora, cadelinha caçula da família. — Foto: Reprodução/RedesSociais

Paolo demonstrou conhecer até Pandora, cadelinha caçula da família. — Foto: Reprodução/RedesSociais

Foi difícil desconfiar da verdade porque Paolo seguiu no personagem. Brincou com a avó de José, lambeu os dois gatos da família e tratou bem a filhotinha adotada recentemente, Pandora. “Deu um beijinho nela, mostrou a casa para ela, até no fundo. Beijou os gatos e ficou super à vontade, tranquilão. Ninguém, nem minha avó desconfiou”, relembra.

“Na primeira noite quando foi resgatado, dormiu comigo e me abraçou com as duas patinhas. Não desgrudava por nada. Tipo por gratidão”, complementa.

Devido ao problema neurológico que tem, Ikki se morde quando está muito nervoso ou feliz. Segundo José Eduardo, até nisso Paolo Bracho o imitou. O nome, uma referência à novela mexicana “A Usurpadora”, sucesso nos anos 90, caiu como uma luva no cachorrinho, que em nenhum momento estranhou a nova vida.

“Se eu não falasse, minha avó nunca ia perceber. Eu o conheço há 7 anos, talvez pela emoção não reparei, mas o comportamento dele é idêntico, tanto que minha avó o chama de Ikki e ele atende. Não consigo entender”.

Tirando as manchinhas a menos, que José chegou a cogitar ser o banho tomado recentemente, o que denunciou Paolo de vez foi uma soneca no sofá, audácia que Ikki não fazia de jeito nenhum. “Eu estou morrendo de vergonha porque demorou dois dias para eu juntar os pontos todos”, ri.

Reencontro do velho amigo

Mesmo com Paolo em casa, José não deixou de lado a busca por Ikki, que foi encontrado na segunda-feira (31), no bairro Santa Carmélia, em Campo Grande. José Eduardo descobriu o paradeiro após uma publicação nas redes sociais.

O reencontro foi emocionante e colocou fim a uma procura que já durava sete dias. José sabe que Paolo também pode ter se perdido de um tutor, mas caso ninguém reivindique (com provas) a paternidade, ele está mais do que disposto a permanecer por anos ao lado dos “gêmeos”.

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