EUA e Europa estão unidos para impor sanções à Rússia, diz Obama

Da France Presse

Estados Unidos e Europa estão “unidos para impor um custo à Rússia por suas ações” na Ucrânia, afirmou nesta segunda-feira na Holanda o presidente americano Barack Obama, antes de uma reunião do G7 sobre a Crimeia.

“Europa e Estados Unidos estão unidos em seu apoio ao governo e ao povo da Ucrânia”, disse Obama pouco depois de um encontro com o primeiro-ministro holandês Mark Rutte em Amsterdã.

A comunidade internacional estuda sanções contra a Rússia, que pode ser excluída do G8 pelos outros sete membros do grupo.

Obama também pretende tranquilizar os aliados da Otan ante as demonstrações de força da Rússia.

O presidente americano Barack Obama desembarcou nesta segunda-feira (24) na Holanda para uma reunião de cúpula do G7 sobre a crise da Ucrânia e negociações sobre a política nuclear. (Foto: Jerry Lampen/AFP)O presidente americano Barack Obama desembarcou nesta segunda-feira (24) na Holanda para uma reunião de cúpula do G7 sobre a crise da Ucrânia e negociações sobre a política nuclear. (Foto: Jerry Lampen/AFP)

O presidente americano acrescentou que a Rússia “deveria pagar um preço” pela anexação da região autônoma ucraniana da Crimeia.

Rutte, por sua vez, afirmou que ambos condenaram essa anexação da Crimeia à Rússia por considerar que “é uma flagrante ruptura da lei internacional”. “Condenamos estes atos nos termos mais enérgicos”, acrescentou.

Por iniciativa de Obama, os líderes do G7 se reúnem na noite desta segunda-feira em Haia à margem de uma cúpula sobre segurança nuclear que prosseguirá na terça-feira.

Nos últimos dias, as forças russas e pró-russas tomaram sem confrontos quase todas as bases militares ucranianas na península, a última delas a de Feodosia, na madrugada desta segunda-feira.

Pouco depois, as autoridades de Kiev ordenaram a retirada de suas tropas da Crimeia e o vice-primeiro-ministro da península, Rustam Temirgaliev, não demorou em proclamar que a Ucrânia não tem mais tropas leais no território.

Com os últimos movimentos, Moscou conclui a tomada de controle da península, que integrou a Rússia até 1954. Em uma visita muito significativa, o ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu, viajou nesta segunda-feira à Crimeia, onde o rublo já começou a circular.

Agora, alguns temem que o presidente Vladimir Putin queira somar à Rússia outros territórios de língua russa do leste da Ucrânia.

Segundo a Otan, Moscou mobilizou forças muito significativas perto da fronteira oriental da Ucrânia, e Kiev disse no domingo que teme uma invasão.

A pior crise entre Ocidente e Rússia desde a desintegração da União Soviética, em 1991, ofuscará provavelmente a cúpula sobre segurança nuclear prevista em Haia nesta segunda e terça-feira.

O chanceler russo, Serguei Lavrov, e o secretário americano de Estado, John Kerry, devem se reunir nesta segunda-feira. Este será o primeiro desde que Washington impôs na semana passada sanções contra personalidades próximas a Putin, em represália pela incorporação da Crimeia à Rússia
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