Entidades repudiam agressão contra jornalista

André Bento, do Diário MS

Entidades de classe e sindicatos de Dourados dizem repudiar a agressão sofrida pela jornalista Thalyta Andrade, do Diário MS, durante cobertura da ocupação da Câmara Municipal. Embora considerem legítima a manifestação encampada pelo MPPL (Movimento Popular pelo Passe Livre), essas organizações sociais condenam a violência praticada pelos manifestantes e a censura à liberdade de imprensa.

Conforme o advogado Felipe Azuma, presidente da Subseção de Dourados da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), “agressão de espécie alguma pode ser tolerada”. Ele concorda com a pauta pela melhoria do transporte público no município, mas ressalta que “a ocupação da Câmara é algo indevido”. “Temos que respeitar as instituições e o Legislativo é uma delas”, afirmou.

O presidente do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação), João Vanderley Azevedo, reafirmou apoio a “todo e qualquer movimento que lute por melhorias na educação” e embora reconheça que uma funcionária do sindicato estava entre as manifestantes que cercaram a jornalista, garantiu que a entidade não teve envolvimento. “O que aconteceu ontem [anteontem] é lamentável e a gente não tem responsabilidade nenhuma pela atitude das estudantes”.

Wilson Brum Trindade Júnior, que preside a Aduems (Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), informou também comungar da luta do MPPL, mas aponta a necessidade de uma solução imediata para o impasse. “A gente lamenta episódios de agressão e em hipótese alguma vamos dar apoio”, esclareceu.

Já Naara Siqueira de Aragão Rocha, presidente do Sista-UFGD (Sindicato dos Servidores Técnico-Administrativos da Universidade Federal da Grande Dourados), preferiu não se manifestar sobre a agressão sofrida pela jornalista. “Eu não posso falar a respeito até porque não estava lá [na Câmara], mas nos dias que eu estive lá vi várias agressões de repórteres que ofendem o movimento”, disse, acrescentando apoiar plenamente a ocupação.

Ronaldo Ferreira, diretor do Comitê de Defesa Popular, prefere ponderar. “Tenho acompanhado o pessoal do movimento e vejo um pessoal pacífico, ordeiro. A gente não aceita agressões, mas não sei se é verdade o que aconteceu para ter uma opinião”, enfatiza.

Presidente da Aced (Associação Comercial e Empresarial de Dourados), Antônio Nogueira segue a mesma linha. “Excessos ocorrem de lado a lado. Cabe a quem está de fora ajudar a contornar e é isso que a Aced está fazendo”, pondera. “Eu acho que a menina estava exercendo o trabalho e a outra perdeu a calma e cometeu um excesso, mas não podemos execrar nenhuma das duas partes”.

No caso dos bancários, o presidente do sindicato James Estigarribia diz que “a luta deve ocorrer sempre, mas a liberdade de expressão não pode ser tirada por ninguém”. “As pessoas não podem querer intimidar a imprensa”.