ELEIÇÕES – 2 Turno – Por Hiroshi Uyeda

Chega-se ao trevo após longa caminhada e defronta-se com o desafio de escolher apenas entre duas alternativas.É o 2º turno.

Durante a viagem váriaspercepções foramanalisadas. Algumas permaneceram indeléveis na memória e outras por sua insignificância ou importunidade, assim julgadas por critérios pessoais mais empíricos, emocionais e menos racionais, permitiram, no primeiro turno, fossem pinçadosseus preferidosdo emaranhado de promessas e das eternas juras de patriotismo, nacionalismo e honestidade.

A tudo o soberano eleitor presenciou movido por entusiasmo cívico gris, morno, sem muito entusiasmo, próximo ao desdém.Faltava-lhe convicção quanto àimportância de seu voto e sentia-se coadjuvante inútil. Interminável desfile de temas,debates e propagandas em horários eleitorais, recheados de esquisitices cômicas, incompreensíveis muitas e algumas – poucas -, sérias,foram-lhe apresentadas, aumentando o seu descrédito. Candidatosexpuseram suas pretensões dentro de um contexto de difícil interpretação. Separar a verdade das mentiras, genuinidade das hipocrisias tornou-se o maior desafio para o eleitor.

Agora, a poucos dias do novo pleito, é natural a confusão ainda reinante.  Novas avalanches de opiniões surgem a todo o momento. Até então, ao eleitor pareciam claras as escolhas procedidas. A partir de agora, serão obrigados a se submeterem a nova lavagem cerebral. Ingredientes de difícil digestão serão acrescentados ao bolo para ser levado ao forno, ou melhor, às urnas. Pitadas de fermento, sal, açúcar darão novo sabor ao incógnito produto. O resultado poderá ser bem diferente do anterior. Cada acréscimo será resultante de acertos, favores, cargos, compromissos, negociações. Tudo sem se perguntar a quem irá degustá-lo, o eleitor,se estaria concordando. Um novo bolo, de sabor indecifrável, será colocado no café da manhã do dia 26 de outubro.

Muitos eleitores saíram arranhados do embate inicial. Ofensas, discórdias e muito mais foramtrocados. Os ânimos se insuflaram, aos berros ou escudados sob a fria face dos books sociais. Amigos e familiares entrincheiraram-se em campos opostos. Agora, próximos do 2º turno, sentem-se desconfortáveis. Deverão encarar seus opositores e deles se reaproximarem, por força das alianças partidárias. Talvez isso represente o plus mais positivo da política em sua acepção mais ampla.De negativo, o completo silêncio dos candidatos derrotados. Seus fieis seguidores, até então assediados e endeusados, sentem-se órfãos de uma palavra amiga e orientadora. Seus esforços foram em vão?

Para quem já se definiu, ótimo. Poderá postar-se como privilegiado expectador, aguardando o dia da decisão.Para os indecisos, um recado: procure escolherconscientemente, com os olhos voltados para o amanhã, pelo bem do Brasil e das próximas gerações. Exerça-a digna e inteligentemente. Torne-se um coadjuvante ativo dos destinos da Pátria para a construção de uma Nação da qual se orgulhará.

Ao término da contenda não deverão subsistir suscetibilidades entre defensores e opositores. Adversários não são inimigos. Não haverá derrota.  Ao soar o apito final, o tereré estará esperando por todospara acomemoração da vitória da Democracia.