Doenças do trabalho matam mais de 2 milhões por ano

Um estudo divulgado pela Organização Internacional do Trabalho concluiu que 2,3 milhões de pessoas no mundo morrem de doenças e acidentes relacionados ao trabalho, todos os anos. A cada 15 segundos é registrado um óbito, no mesmo período de tempo 115 trabalhadores se acidentam. Na análise, divulgada esta terça-feira, a OIT revela que existem 321 mil mortes anuais por acidente.

Atividades Perigosas

O caso é mais grave nos países em desenvolvimento, onde uma grande parte da população participa de atividades perigosas na agricultura, na construção, na pesca e na mineração.

O número de doenças adquiridas no trabalho e que não chegam a matar é de 160 milhões. Quase o dobro desta cifra é registrado como acidentes não-fatais que ocorrem durante o serviço.

O relatório da OIT informa que entre as doenças pulmonares mais comuns estão a inalação de partículas de silício, carbono e amianto, geralmente usados no setor da construção e cerâmica.

Brasil, China e Índia

No Brasil, o estudo mostrou que 6,6 milhões de trabalhadores estão expostos ao pó de silício. Já na China, os problemas pulmonares representam 80% dos casos. O mesmo pó de silício contamina 10 milhões de operários na Índia.

Nos países em desenvolvimento, metade dos trabalhadores da indústria primária sofre de doenças nos pulmões. O estudo da OIT mostra também o surgimento do que chama de “novas doenças, que são os transtornos musculoesqueléticos e mentais.” Eles atingem, em maior parte, os europeus.

Outro ponto abordado pelo relatório é que as companhias, atualmente, têm de lidar com vários tipos de assédio, seja ele sexual, moral ou psicológico, além de outras formas de violência.

Muitas vezes, os trabalhadores acabam fazendo uso de bebidas alcoólicas e drogas para combater o estresse e acabam caindo em depressão.

Prevenção

A OIT diz que a ausência de um sistema de prevenção adequado tem efeitos negativos profundos nos trabalhadores, nas famílias e na sociedade, de uma forma geral.

Tudo isso, segundo a agência da ONU, tem um custo muito grande em relação à perda de produtividade e a sobrecarga dos serviços de assistência social.

Para a OIT, a prevenção é mais eficaz e tem um custo muito mais barato. A organização afirmou que todos os países podem agir nesse sentido. Eles podem desenvolver e implementar políticas e estratégias para prevenir as doenças profissionais.