Lateral-esquerdo projeta decisão contra o Liverpool, sábado, às 14h30 (de Brasília), em Doha, no Catar
Profecia cumprida, sonho realizado. O duelo com o Liverpool, sábado, às 14h30 (de Brasília), na final do Mundial de Clubes, no Catar, coloca um ponto final numa temporada mágica e intensa do Flamengo e de Filipe Luís. Um semestre suficiente para mexer com as emoções do sempre centrado lateral-esquerdo.
Das lágrimas ao abraçar Diego aos 47 do segundo tempo em Lima até a desenvoltura sorridente no trio elétrico da Avenida Rio Branco, Filipe Luís virou personagem das histórias que escutava do avô. A força mental tão característica do camisa 16 ainda sobressai, mas não impede que o garoto de Jaraguá do Sul (SC) se derreta pelo time do coração:
– Sinto que tenho muita sorte de viver esse momento (…) É muito bom ser Flamengo, é muito bom viver isso dentro do Flamengo.
O padrão europeu de Filipe será determinante para que o Flamengo encare de frente os Reds pelo mundo de novo. E experiência do lado esquerdo não faltará para conter o ímpeto do trio ofensivo comandado por Jurgen Koop e cumprir uma profecia ainda dos tempos em que não sabia se voltaria ou não ao Brasil:
– Muita gente escrevia no Instagram oito meses atrás: “Vem para o Flamengo, vem marcar o Salah na final do Mundial”. Parecia impossível e hoje estamos aqui.
Na antevéspera da finalíssima, Filipe Luís recebeu o GloboEsporte.com para projetar a decisão, avaliar o poder de fogo de Flamengo e Liverpool, e falar da sensação de entrar tão rápido na história do clube do coração. Confira:
Peso histórico
– Todo mundo fala e são muitos anos escutando do Flamengo x Liverpool de 81, mas a história é outra. Obviamente que tem toda coincidência. Passamos por tudo isso este ano e agora enfrentar o Liverpool na final… Muita gente escrevia no Instagram oito meses atrás: “Vem para o Flamengo, vem marcar o Salah na final do Mundial”. Parecia impossível e hoje estamos aqui.
– Realmente, fizemos uma temporada maravilhosa, mas é outro Flamengo, outra história, outros jogadores e outra oportunidade. Principalmente isso: outra oportunidade.
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Filipe Luis e Gabigol recebem medalhas após título no Brasileiro — Foto: Jorge R Jorge/BP Filmes
Jogo com o Monterrey é parâmetro?
– Um jogo tudo pode acontecer. Hoje em dia, todo mundo sabe jogar bola, montar uma estratégia de jogo que possa prejudica o adversário. Com certeza o Monterrey fez um jogo excelente, mas é outro jogo, outro tipo de jogo, não tem nada a ver com a gente. Mas é um jogo só e tudo pode acontecer. O Liverpool poupou titulares, tem um time muito poderoso, mas são 90 minutos.
Enfrentar o Liverpool ou mudar a característica e se fechar?
– Nunca um time muda sua essência para um jogo. É óbvio que a diferença técnica para os adversários vai te colocar ou no campo de ataque ou de defesa, depende como você está na marcação, no jogo com a bola nos pés. Vamos ver no sábado na estratégia que o Mister montar, mas certamente teremos oportunidade de criar chances de gol.
Duelo mais equilibrado entre europeus e sul-americanos dos últimos anos?
– Todos lembram dos títulos de Corinthians, Inter e São Paulo, que jogavam um futebol diferente deste Flamengo. Mas o que vai acontecer no jogo, só mesmo no jogo. Com certeza o Flamengo vai tentar disputar a bola, ter a bola nos pés, a calma que normalmente tem. A qualidade que temos é indiscutível e sábado teremos a noção se será possível ou não.
Meses de Flamengo
– Foram meses intensivos, onde vivi coisas novas na minha carreira, mas têm sido meses maravilhosos. Estou muito feliz de estar vivendo uma das melhores épocas da história do Flamengo. Com certeza a segunda melhor. É uma oportunidade única. Não vou dizer sorte, mas é um privilégio viver isso pelo Flamengo.
Trios ofensivos dos dois lados
– Joguei com o Salah, com o Firmino e joguei contra o Mané. Eles são dinâmicos, se conhecem, trocam de lugar, sabem bem o que fazer em campo, têm a primeira pressão. É um trio que está completamente sincronizado. Mas o Liverpool não é só os três. Tem os jogadores que fazem o área a área, que se movimentam, têm calma com a bola, sabem jogar de costas e se movimentam.
– O nosso não é um trio, é um quarteto. Se um não está bem o outro está, se um não tem chances de gol, o outro tem. São jogadores com gols, com assistências e que sabem ser importantes. Comparar é impossível. Cada time sabe o que precisa. O Flamengo sem duvidas tem uns dos melhores jogadores do mundo na frente.
Peso desta final na carreira
– Só vou conseguir responder depois do jogo. Para mim, é mais um jogo. Não penso no que significa este jogo. Mas jogar a final da Libertadores pelo Flamengo já foi uma das maiores conquistas que eu tive. Simplesmente pelo fato de ser pelo Flamengo, não seria igual com outro. Por tudo que o Flamengo representa para mim. Sobre a final, só depois posso responder.
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