Dilma estuda incluir sem-teto no Minha Casa Minha Vida

Fonte: O Estado de S. Paulo
Após cinco protestos ontem de movimentos que lutam por moradia – três deles simultâneos -, representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) se encontraram com a presidente Dilma Rousseff em Itaquera, na zona leste de São Paulo. Segundo a assessoria da presidente, ficou acordado na reunião que o Ministério das Cidades vai estudar a inclusão de moradores de ocupações no programa Minha Casa Minha Vida.
 
De acordo com um dos coordenadores do MTST, Guilherme Boulos, o encontro durou 20 minutos e teve a presença do prefeito Fernando Haddad (PT). “O governo vai estudar a possibilidade de desapropriação do terreno onde está a ocupação Copa do Povo, em Itaquera, para a construção de moradias populares”, afirmou Boulos. Haddad, porém, negou que a situação do terreno em particular tenha sido discutida.
 
Pela manhã, os três atos simultâneos convocados pelo MTST, pelo Movimento Popular por Moradia (MPM) e pelo Movimento de Luta Popular (MLP) terminaram com a invasão e a pichação de prédios das três principais construtoras responsáveis pela reforma e construção dos estádios da Copa do Mundo: Odebrecht, Andrade Gutierrez e OAS.
 
A manifestação, que teve início na Estação Butantã do Metrô, juntou-se à marcha do MST, chegando a 1,5 mil pessoas. Os manifestantes caminharam até o prédio da Odebrecht, onde um grupo de uns 150 integrantes conseguiu entrar na recepção e pichar vidros, paredes e o chão com frases como “Copa das tropas e das empreiteiras” e “O poder é do povo”.
 
A ação no prédio durou cerca de 15 minutos e funcionários foram impedidos de entrar. Já os militantes que se concentraram na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, caminharam até a sede da OAS, na Avenida Angélica, onde também houve pichações. Segundo a empresa, funcionários chegaram a ser ameaçados.
 
Outros casos
 
Outras duas manifestações de moradia foram pontuais. Entre 4 e 10h15, cerca de 400 integrantes do Movimento Anchieta bloquearam vias da zona sul da cidade. Eles reivindicavam que um terreno da região fosse destinado à construção de moradias populares. O grupo bloqueou as Avenidas Dona Belmira Marin e Teotônio Vilela.
 
À tarde, em torno de 80 integrantes da ocupação Mangue Seco fecharam as avenidas Paulista e Brigadeiro Luís Antônio. O ato se dispersou por volta das 16 horas no vão livre do Masp, onde a manifestação havia começado.