Adriano Moretto
Dez pessoas morreram este ano em Dourados em consequência de complicações causadas pelo vírus HIV. Os números foram repassados hoje (19) peloPrograma Municipal DST/Aids e Hepatites Virais, a pedido do Dourados News. A quantia se enquadra na média apresentada em 2012, quando 21 portadores foram a óbito no município.
Atualmente, 1.639 pessoas estão cadastradas no programa local e recebem acompanhamento por parte dos agentes de saúde e 163 deles moram em municípios da microrregião da maior cidade do interior do Estado.
Do total, 394 estão em estágio mais avançado da doença – 29 neste primeiro semestre – e precisam tomar medicamentos específicos, os chamados ‘coquetéis’.
“Realizamos monitoramento nas pessoas cadastradas e observamos se desenvolve [o vírus]. Isso depende de cada um. Muitos possuem o vírus encubado no organismo, enquanto outros descobrem a doença já em estágio avançado”, disse a coordenadora do DST/Aids em Dourados, Berenice de Oliveira Machado Souza.
Entre as pessoas que precisam do tratamento no município estão oito gestantes.
Elas são acompanhadas pelo programa e segundo Berenice, a chance do bebê nascer e não desenvolver a doença que ataca o sistema imunológico é de 99%, desde que o procedimento seja realizado de forma correta. Porém, entre os casos diagnosticados em 2013, existe o de uma criança.
“As pessoas precisam se conscientizar do tratamento e levar adiante. Existem pacientes portadores do vírus há 30 anos e tem uma vida normal, basta se cuidar”, comentou. Apesar de eficiente, algumas pessoas falham no momento de tomar os remédios disponibilizados. Por ‘agredir’ o organismo, elas acabam se privando a se medicar apenas em casa.
“Existe um preconceito muito grande entre as pessoas, e os portadores do HIV trabalham, estudam e convivem com muitos grupos sociais. Para não demonstrarem que possuem o vírus, deixam de se medicar no local de trabalho ou no meio em que está inserido e acaba atrapalhando todo o procedimento”, contou Berenice.
Atualmente o programa vem desenvolvendo um trabalho para ser aplicado junto aos profissionais do sexo, além de distribuição de preservativos, oficinas e simpósios junto a população.