Desemprego é o principal motivo da inadimplência no país

A alta do desemprego, como consequência da crise econômica que atinge o país, se tornou o principal motivo das famílias brasileiras não conseguirem quitar suas dívidas.

A conclusão é de uma pesquisa divulgada pela SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) nesta terça-feira (18). Para 33% dos brasileiros endividados, a perda do emprego se tornou a principal razão para a inadimplência. No ano passado, o percentual era de 24%.

No primeiro trimestre deste ano, a taxa de desemprego do país no trimestre encerrado em maio fechou em 8,1%, de acordo com o IBGE (Insituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Na segunda colocação está a falta de controle financeiro. Este quesito, porém, registrou queda neste ano, sendo a resposta de 21% dos entrevistados ante 33% em 2014.

De acordo com o estudo, quatro em cada dez pessoas ouvidas afirmam que a situação financeira está pior hoje do que no ano passado, principalmente em razão do endividamento, perda do emprego ou diminuição de renda.

O valor da dívida dos brasileiros também subiu e representa agora duas vezes e meia o valor da renda familiar mensal no país. De acordo com o estudo, o montante médio devido passou de R$ 4.007 em 2014 para R$ 5.357 neste ano, alta de 33,7%.

Para 52% dos endividados, a maior dificuldade para a realização dos pagamentos é que o valor da dívida é muito superior aos ganhos, sendo que 45% dos inadimplentes não têm condições de quitar as dívidas, seja totalmente ou parcialmente, nos próximos três meses.

PERFIL DOS ENDIVIDADOS

A classe C, um dos motores do consumo dos últimos anos no país, se mostra mais endividada neste ano. Em 2014, 86% dos inadimplentes pertenciam a esta classe social, neste ano, porém, o percentual chega a 90%.

Na comparação por classes sociais, as de menor renda são as mais afetadas com o aumento da inadimplência no país. O valor do endividamento das classes A/B, porém, é maior do que as de menor poder aquisitivo.

Segundo o SPC Brasil, na comparação por gênero, as mulheres inadimplentes, que representam 60% do total, possuem mais compromissos com parcelas de cartões de loja e compra de vendedoras, enquanto que os homens assumem mais gastos com contas de telefone fico ou celular, empréstimos de banco e financiamento de automóveis.

Ao todo, a pesquisa ouviu 600 consumidores, com mais de 18 anos, em 26 capitais brasileiras, mais o Distrito Federal.

Fonte: Folha Press