Desempenho do frango vivo em maio

O frango vivo comercializado no interior paulista encerrou maio mantendo a mesma cotação alcançada no final de abril – R$2,50/kg, sem qualquer alteração de valor nesse meio tempo

Porém, afirmar que isso representou estabilidade de preço ou, mesmo, de mercado é verdadeira falácia. Pois os R$2,50/kg corresponderam apenas a um referencial. Ou a um teto máximo ao qual poucos produtores tiveram acesso. Porque, com a explosão de custos de um lado e a baixa demanda pelo produto do outro, o fundamental passou a ser encontrar comprador. Ou seja: o preço pago tornou-se fator secundário. Apesar do altíssimo prejuízo enfrentado.

Em outras palavras, ainda que o valor médio do mês tenha sido 15,21% superior ao de maio de 2015, o que se viu na prática foram transações por valores até inferiores aos de um ano atrás – o que corresponde, nominalmente, à pior remuneração dos últimos três anos. Isso, exatamente quando os custos seguem caminho totalmente inverso e alcançam os maiores patamares da história.

É interessante notar que, sob o aspecto da sazonalidade de preços, o comportamento atual nada tem de anormal: habitualmente, é no mês de maio que são registrados os menores preços de cada exercício. Mas, desta vez, a sazonalidade vem sendo exacerbada por dois fatores que deprimem qualquer atividade econômica – a alta do custo e a baixa na demanda.

Sob tais circunstâncias, só resta uma atitude: reduzir os níveis de oferta. Que até agora não ocorreu, apesar de todo o setor estar sendo impelido para esse caminho. Mas não ocorreu por quê? Porque a produção de um frango demanda, fisicamente (isto é, independente da programação prévia), pelo menos 60 dias, espaço de tempo necessário à incubação do ovo (21 dias) e à criação propriamente dita (em torno de 6 semanas, na média).

Em outras palavras, o que se abateu e ofertou em maio provém de incubações realizadas em março, mês em que – será que ninguém se lembra? – persistia o aceno de que os preços do milho começariam a retroceder, o que não ocorreu e, pelo contrário, apenas se agravou desde então.

É provável que os efeitos dessa decantada redução comecem a ser sentidos agora em junho. Mais do que desejado, isso é absolutamente imprescindível para a sobrevivência do setor.

Fonte:Portal do Agronegócios