Corte no Orçamento atinge delegacia da PF em fronteira com “soldados do PCC”

O corte no Orçamento da União atingiu o projeto para construção da nova delegacia da PF (Polícia Federal) em Ponta Porã. Na fronteira com Pedro Juan Caballero (Paraguai), a região é marcada pela atuação da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), que teria mais de 100 “soldados”, e corredor do tráfico de armas e drogas.

O veto ao projeto foi publicado na edição de sexta-feira (dia 23) do Diário Oficial da União. A destinação era de R$ 2 milhões para construção da delegacia.  O projeto entrou no pacote de cortes do despacho presidencial, que considerou que a sanção integral das dotações contrariava o interesse público.

“Isso porque, ao se levar em conta a real necessidade das despesas obrigatórias projetadas para o exercício em curso, os estudos técnicos indicam uma insuficiência de espaço no Teto de Gastos para o pleno atendimento das despesas obrigatórias e do orçamento impositivo”.

A construção da nova sede da PF em Ponta Porã foi destacada pelo superintendente Marcelo Botelho em janeiro deste ano. O objetivo era construir delegacia moderna e com estande de tiros para treinamento dos policiais. Botelho assumiu o cargo em setembro do ano passado e já deve sair. O substituto mais cotado é Chang Fan, chefe delegacia da Polícia Federal de Dourados.

A PF informou à reportagem que a previsão era iniciar a obra no fim de 2021 e que, atualmente, é feito o projeto executivo (etapa em que são detalhados materiais e execução).

Ainda de acordo com a Superintendência da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, uma reversão da situação é possível, mas depende de gestão da Diretoria de Administração e Logística Policial da PF.

Localizada na Avenida Presidente Vargas, a sede da Polícia Federal foi inaugurada em 1998 e funciona num pequeno imóvel.

Delegacia da PF em Ponta Porã, fronteira com o Paraguai. (Foto: Marcos Maluf)
Facção – Realizada em junho do ano passado em Ponta Porã, a operação Exílio assegurou a prisão de Giovanni Barbosa da Silva, o “Bonitão do PCC” flagrado em janeiro deste ano com armas em Pedro Juan Caballero. Ele foi extraditado para o Brasil e segue preso no Paraná. A mesma investigação apontou 174 bandidos do PCC na região de fronteira.

Na sequência, em parceria com a Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai, foi preso Weslley Neres dos Santos, conhecido como “Bebezão”, apontado como substituto de “Bonitão”.

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