Começa retirada de barcaça que colidiu em ponte

Já duram quase três semanas os serviços para reflutuação e remoção da barcaça Panchita G21, que colidiu contra o pilar central da ponte sobre o rio Paraguai, na região do Porto Morrinho, no dia 08 de maio de 2011. A conclusão está prevista exatamente para o dia em que o acidente completará dois anos. Os trabalhos são fiscalizados de perto pela Marinha, que aprovou o plano de reflutuação após avaliação da Capitania Fluvial do Pantanal. Distante cerca de 70 quilômetros da área urbana corumbaense, a ponte é o principal acesso terrestre que liga o município ao resto do país.

A colisão do empurrador paraguaio Doña Carmem – responsável pelo transporte do comboio com 16 barcaças carregadas com farelo de soja – causou deslocamentos da superestrutura da ponte de 11 centímetros na junta de expansão da margem direita e de 3 cm na junta da margem esquerda. O choque causou a interdição do tráfego de veículos leves, por questões de segurança, por quase seis horas. Caminhões e ônibus só foram autorizados a passar, quase 30 horas depois do acidente. A embarcação teria enfrentado problemas no leme.

Iniciados no dia 03 de abril, os trabalhos de reflutuação e remoção são realizados por uma empresa particular, contratada pela companhia paraguaia Panchita G de Navegação S/A, dona da barcaça. “A Capitania recebeu, da empresa, o projeto de reflutuação e remoção da barcaça. Esse projeto inclui toda parte de mergulho, cinemática, plano de operação de mergulho, baseado nas normas da autoridade marítima. Foi avaliado, feito um estudo se todo esse projeto atende as normas da Marinha”, explicou ao Diário o capitão dos Portos do Pantanal, capitão de fragata Luciano Müller Vidal.

Desenvolvido numa área onde a profundidade do rio Paraguai fica na faixa dos 12 metros, o serviço de reflutuação conta com o trabalho fundamental de mergulhadores, que instalam todo equipamento necessário para que um guindaste possa içar a barcaça e dar condições de flutuação e consequente navegabilidade. A G21 já não sustenta a carga de farelo de soja que transportava à época do acidente.

A ponte sobre o rio Paraguai completa 12 anos de inauguração em maio. Foi inaugurada em 10 de maio de 2001, pelo então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. Ela tem 1.890 metros de extensão, o vão central, por onde passam os navios, tem 125 metros. O ponto mais alto mede 30 metros.

O valor total da obra foi de R$ 22.976.762,37, sendo que o Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata) foi responsável por 80% do total: R$ 18.381.409,90. Os outros 20% foram a contrapartida do Departamento Nacional de Estrada de Rodagem (DNER), atual DNIT no valor de R$ 4.595.352,47.