Para agregar valor ao leite, as agricultoras tradicionais Rose Cler Fernandes, da Estância Santa Luzia, e Roseneide Insabralde de Souza, da Chácara Vitório, decidiram empreender e se uniram para montar uma fábrica de queijos na região do Morrinho, em Aquidauana.
Juntas, elas têm 12 vacas leiteiras. Quando trabalhavam cada uma por si, a quantidade de matéria prima obtida era baixa devido à pouca quantidade de animais. Dessa forma, o retorno financeiro também não atingia bons índices.
“Tive a ideia, chamei uma companheira de lutas também igual a mim, que estava cansada de tirar o leite e vender para atravessadores. Falei: ou a gente para de uma vez ou vamos agregar valor aos nossos produtos”, diz Rose Cler.
O sonho saiu do papel graças à Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural).
Simone Rodrigues Pereira Correa, coordenadora do escritório da Agraer em Aquidauana, explica que as agricultoras familiares já haviam recebido assistência técnica para fomentar a produção leiteira.
“Ambas receberam kit irrigação e a Rose Cler também recebeu uma ordenhadeira mecânica. Demos toda a assistência técnica. Então passado um tempo, soube que elas estavam fazendo cursos para iniciar a fabricação dos queijos porque o leite não estava dando lucro”, afirma Simone.
Para que as produtoras não atuassem na clandestinidade, a Agraer ofereceu o apoio técnico para obtenção do selo do Serviço de Inspeção Municipal de Aquidauana Simplificado (Simas).
O setor de Agroindústria participou ativamente deste processo, com orientação técnica da médica veterinária Flávia Caroline de Oliveira Leal.
A servidora da Agraer foi até o local onde a fábrica seria instalada para conhecer Rose Cler e Roseneide, além de conferir o espaço do empreendimento.
Flávia conta que um dos primeiros passos foi definir o manual de boas práticas e um fluxograma com as etapas de produção de cada um dos produtos.
A etapa seguinte foi elaborar os rótulos dos queijos e doces, o que também foi feito pelo setor de Agroindústria da Agraer.
Por fim, exames veterinários foram feitos nos animais para garantir a qualidade e reforçar as regras básicas de higiene, afirma a gestora.
Atualmente, Rose Cler e Roseneide fabricam doce de leite, muçarela, requeijão, entre outros.
“Nós, eu e minha sócia, estamos muito felizes pelo apoio dado pela Agraer”, completa a produtora rural.