Carro que ‘sumiu’ de pátio do Detran-MS é flagrado estacionado no Centro

Depois de receber multas de trânsito e descobrir que, usando documentos falsos, alguém havia retirado do pátio do Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) automóvel que havia sido apreendido há 2 anos, autônomo, de 42 anos, localizou o veículo estacionado no Centro de Campo Grande no início da noite desta terça-feira (12).

De acordo com o proprietário, ao passar pela Avenida Afonso Pena, ele se deparou com o carro estacionado na calçada. “Estou com o carro na minha frente. Liguei para a polícia e estou esperando equipe de investigação para confirmar se não é um modelo clonado e saber o que vai ser feito”, explicou.

Segundo o autônomo, mesmo tendo encontrado o veículo ele não pretende retirar ação judicial que ingressou contra o Detran-MS, já que de acordo com ele, o automóvel apresenta visíveis defeitos. “O carro está quebrado, todo estourado e o Detran tem que ser responsabilizado pelo o que aconteceu”, afirma.

O caso
No dia 24 de agosto, o Jornal Midiamax noticiou flagra que evidenciou esquema de fraude no pátio do Detran de Mato Grosso do Sul.

“Recebi multas registradas em Campo Grande e em Camboriú. Procurei o Detran para saber o que estava acontecendo e fui informado de que o carro foi retirado pela despachante, que apresentou procuração em meu nome autorizando, mas eu nunca autorizei. O documento foi autenticado no cartório de Terenos, mas eu não tenho firma reconhecida lá. Liberaram o meu carro com uma documentação falsa”, afirmou o dono do veículo na época.

Segundo ele, o automóvel foi comprado em 2011 por R$ 142 mil, e hoje vale cerca de R$ 80 mil. “O carro não estava comigo quando foi apreendido, meu enteado que dirigia. Se fosse eu, não teria deixado levarem o carro, pois o licenciamento estava em dia, apenas o IPVA estava atrasado”, disse.

Conforme o autônomo, o veículo foi retirado do pátio do Detran depois que “uma dona de um escritório despachante” teria apresentado a procuração falsa ao órgão. A advogada contratada pelo comerciante, Thays Teixeira, conta que já entrou com ação de busca e apreensão e de indenização por danos materiais e morais contra o Detran e a despachante apontada no processo de liberação.

Na ocasião da denúncia o Detran-MS se limitou a afirmar que “todos os requisitos para a retirada do veículo foram sanados perante ao órgão”. Ou seja, no momento da retirada do veículo, “a despachante apresentou sua credencial, a procuração com firma reconhecida por verdadeiro, os documentos pessoais do proprietário e os documentos do veículo em dia”. Adicionalmente, o Detran alega que “o selo do cartório é consultado e anexado no processo”.

O caso é investigado sob sigilo pela Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado).

 

Clayton Neves