Cabos e soldados da PM de Jardim aderem ao aquartelamento por melhores salários

Os cabos e soldados da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul entraram em aquartelamento na manhã da terça-feira (21) em todo o estado. Estima-se que 90% de todo efetivo das patentes mencionadas estão em paralisação, devido à reivindicação de melhores condições de trabalho e também reajuste salarial, que foi proposto em assembléia pelo governo do Estado em 7%, e negado pelos policiais.

 

Em Jardim, no 11º Batalhão de Policia Militar, a situação não é diferente, já que a maior parte dos soldados e cabos está paralisada, ou seja, nenhum trabalho de ronda, escolta e coibição de crimes está sendo feito em virtude do protesto. Apenas alguns casos a parte tem a ação de sargentos e oficiais do quartel militar.  

 

Em função da vedação de greve a militares, prevista na Constituição Federal, os militares procederam com o aquartelamento. Todos compareceram normalmente no quartel, no entanto suspenderam as atividades. No consenso, a exceção da paralisação está apenas na atuação em casos de crimes contra a vida.

 

“O governo apresentou proposta e ela foi rejeitada pela assembléia porque não atende aos interesses da categoria, e a categoria decidiu uma paralisação com aquartelamento. Na maioria das cidades do estado, os cabos e soldados estão aquartelados. Compareceram aos quartéis, mas não estão assumindo as viaturas de forma que o policiamento não será realizado a contento”, explicou o sargento Nabor Nardelli, presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar de Jardim.

 

Segundo informações, o aquartelamento é uma forma de protesto e oportunidade de mostrar à sociedade a falta de condições de trabalho da classe, já que há alguns anos não existe o repasse de novos fardamentos e o governo vem propondo aumento de 7% para esse ano e não repõe nem as perdas que se teve com inflação. “A situação dos cabos e soldados é precária. Precisamos mostrar isso para a sociedade e para o governo”, disse um dos policiais paralisado.


A Polícia Militar do Mato Grosso do Sul reivindica o cumprimento da legislação, com o pagamento de adicionais àqueles policias que dirigem viaturas; sustentam que enfrentam condições precárias de trabalho todos os dias; há seis anos não recebem fardamento e compram com dinheiro próprio; tem o 25º pior salário do Brasil; e precisam de um aumento de 27% para recuperarem a defasagem salarial. A Associação garante ainda que a tentativa de negociação se arrasta por meses e que, no entanto, o governo tem sido inflexível.