Brasil encara Honduras para encontrar último parceiro de Neymar

No penúltimo amistoso do ano, a ordem na seleção brasileira é “testar”. Diante de Honduras, um velho conhecido de Luiz Felipe Scolari, o Brasil misturará a base da Copa das Confederações às novidades lançadas pelo treinador, que deve focar seus esforços em encontrar o último parceiro de Neymar no setor ofensivo da seleção brasileira.

Hoje, essa é a maior dúvida do treinador, que fala em até 20 nomes certos na Copa do Mundo. Mais que o lugar no grupo, Felipão parece disposto a fazer testes até na equipe titular, como mostra o time que começará jogando neste sábado, em Miami, às 22h30 (horário de Brasília).

Bernard, figura certa nos planos de Scolari para 2014, começará jogando ao lado de Neymar e Oscar, que municiarão o centroavante Jô. Hulk, teoricamente o titular da posição, esteve poucas vezes entre os titulares nos treinos que a seleção realizou em Miami, antes do amistoso, e começará na reserva.

“Não quero definir integralmente hoje. E se depois tem algum problema e eu tenho de modificar? Tenho observação do que foi feito, da Copa das Confederações, dos amistosos depois, da forma como estão jogando. O Hulk foi titular, jogou muito bem, já sei como se comportou. Agora tenho de observar um ou outro”, disse Felipão.

Ao seu lado, o atacante do Zenit terá Willian e Robinho, outros postulantes a essa última vaga do meio-campo. O primeiro chegou a jogar no time principal durante os treinos, mas não agradou. Já o veterano atacante do Milan serve para Felipão como ponta, mas deve ser usado mesmo na função de centroavante, já que o técnico vive uma escassez na função.

Se Fred voltar de lesão como se espera, essa vaga no setor ofensivo será a última a ser decidida por Felipão. Hoje, Luiz Gustavo, Lucas Leiva, Paulinho e Hernanes aparecem muito próximos da lista final, assim como Oscar, Neymar, Bernard e o próprio Hulk. Ramires, opção como segundo volante ou pelas pontas, também vem sendo figura frequente na seleção desde as Copa das Confederações.

Restaria, então, a vaga de reserva de Oscar, ainda não preenchida. Felipão já testou desde medalhões como Ronaldinho Gaúcho e Kaká até Lucas, do PSG, que jogaria mais pelos lados do campo, e ninguém convenceu totalmente o chefe.

Tanto na disputa pelo espaço no grupo quanto no time titular, então, a briga é pelo último lugar ao lado de Neymar. Figura mais indiscutível do grupo atual, o atacante reafirmou seu status de estrela na última semana em Miami, trocando figurinhas com Lebron James e David Beckham e atraindo uma onda barcelonista para a seleção.

É o ex-santista o único que jogou todas as partidas com Luiz Felipe Scolari até o momento. E com a dúvida que paira sobre o setor de criação, se imagina que a versatilidade do atacante possa ser fundamental na montagem da equipe, já que nos últimos dias ele treinou invertendo posições com Oscar, normalmente mais centralizado.

Nas outras posições, o cenário é mais calmo. Dos 20 nomes garantidos por Felipão, imagina-se que as maiores disputas estejam no gol e na zaga. Victor, do Atlético-MG, receberá sua chance contra Honduras. Já Marquinhos, o teste da vez na defesa, começará no banco de David Luiz e Dante, esses já carimbados na Copa.

Se a briga maior é interna, o adversário em campo não pode ser ignorado. Honduras é uma marca negativa na história de Felipão na seleção pela eliminação da Copa América de 2001, e hoje está classificada para a Copa do Mundo do ano que vem.

“Foi ótimo aquilo que aconteceu, porque a partir dali tomei algumas medidas. Às vezes tem derrotas que te abrem os olhos para muitas coisas. Aquela me deu ensinamentos de que alguns atletas tinham sido mal escolhidos por mim, que o sistema pode estar errado”, disse o treinador, que depois do vexame contra Honduras reergueu a seleção e terminou pentacampeão do mundo no ano seguinte, na Coreia do Sul e no Japão.