Bolsonaro cita “descrédito” com a China ao justificar veto à CoronaVac

O presidente Jair Bolsonaro durante o Lançamento do lançamento do novo crédito habitacional para assentados, com o os ministros Braga Netto, Tereza Cristina e o menino Eduardo Souza Ramos, no Palácio do Planalto. Sérgio Lima/Poder360 30.09.2020

Diz que não tomará a vacina

Manterá Pazuello na Saúde

O presidente Jair Bolsonaro atribuiu a decisão de vetar acordo do governo federal para a compra da CoronaVac, vacina contra a covid-19 desenvolvida pela chinesa Sinovac Biotech, a 1 “descrédito muito grande” com a China.

Em entrevista na noite desta 4ª feira (21.out.2020) à rádio Jovem Pan, o presidente disse que não tomará a vacina chinesa, que está na 3ª e última fase de testes, realizados em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo.

Eu não tomo a vacina. Não interessa se tem uma ordem, seja de quem for, aqui no Brasil. Eu não vou tomar“, disse. “Lamentavelmente, já existe 1 descrédito muito grande [com a China]. Até porque, como muitos dizem, esse vírus teria nascido lá”.

O Ministério da Saúde assinou, na 3ª feira (20.out), protocolo de intenção de compra de 46 milhões de doses do imunizante desenvolvido por laboratório chinês e que será produzido no Brasil. No dia seguinte, no entanto, Bolsonaro proibiu a compra do que chamou de “vacina chinesa de João Doria“, o governador paulista e seu desafeto político. Exigiu a comprovação científica da eficácia do imunizante contra a covid-19.

A decisão do presidente fragilizou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que havia assinado o acordo para aquisição da CoronaVac. Bolsonaro minimizou a divergência com o ministro e disse que ele será mantido à frente da pasta.

Eu sou militar e o Pazuello também é. Nós sabemos que quando 1 chefe decide, o subordinado cumpre. Ele é meu amigo de muito tempo. Ele continuará ministro.

O presidente também voltou a defender que a vacinação contra a covid-19 não seja obrigatória. Na 4ª feira (21.out), o PDT entrou com ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para pedir que a Corte atribua aos Estados e municípios a tarefa de decidir sobre a exigência ou não da imunização. Bolsonaro disse confiar que o Supremo mantenha essa responsabilidade com o governo federal.

Tudo tem 1 limite e tenho certeza que o Poder Judiciário não vai se manifestar nessa situação. Tenho conversado com muita gente em Brasília que dizem para mim que não tomariam a vacina chinesa porque não tem confiança na mesma”, afirmou.

Pesquisa realizada em agosto pelo PoderData mostrou que as vacinas em desenvolvimento que mais inspiram a confiança dos brasileiros são as dos Estados Unidos. São 26% da população os que dizem que preferem tomar a vacina norte-americana, caso várias sejam disponibilizadas. As vacinas chinesas foram a opção escolhida por só 8% dos entrevistados.

Entre os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (aqueles que consideram o governo “bom” ou “ótimo“), 40% dizem preferir tomar a vacina dos Estados Unidos, enquanto só 7% dizem querer o imunizante chinês.

Fonte: Poder360.com.br