Bernal precisa de dois votos do 'quinteto indefinido' para escapar de cassação

Os próximos dias devem ser intensos na negociação para abrir ou não a comissão processante para investigar o prefeito Alcides Bernal (PP). Os aliados do prefeito queriam a votação ontem (8) por entender que tinham os 10 necessários para barrar, mas a oposição conseguiu um prazo para tentar reverter o jogo, embora alegue que a vitória de Bernal não estava garantida.

Após acordo entre Câmara e sindicalistas, ficou definido que o projeto só deve ir a votação na próxima terça-feira (15), o que deve aumentar a busca por novos aliados, seja favorável ou contra a abertura da comissão. Assim, cinco vereadores que ainda estão indecisos devem ser os mais assediados nesta corrida: Waldecy Chocolate (PP), Rose Modesto (PSDB), Juliana Zorzo (PSC), Carlão (PSB) e Dr. Jamal (PR).

Rose e Chocolate estão na mesma situação. Eles já foram da base do prefeito, mas hoje estão mais afastados. Rose se considera independente, já Chocolate, embora não tenha uma boa relação com o prefeito, como ele mesmo já declarou, é do mesmo partido, o que, teoricamente, dificulta um voto mais técnico.

Os vereadores Dr. Jamal e Carlão também vivem um dilema próximo. Os dois sempre pertenceram a um mesmo grupo na Câmara, que hoje está na oposição. Porém, a situação de Jamal é mais complicada do que a do vereador Carlão, que é o único representante do PSB na Casa. Jamal tem como companheira de partido a vereadora Grazielle Machado, que é de oposição a Bernal.

A vereadora Juliana Zorzo também pertence ao grupo que prefere fazer mistério quanto ao voto. Ela tem como vantagem em relação aos demais o fato de ser uma vereadora novata, sem amarrações com outros grupos. Porém, pesa sob ela a gratidão com o governador André Puccinelli (PMDB), visto que ela, suplente de vereador, só chegou ao cargo depois que Puccinelli promoveu Herculano Borges (PSC) para o posto de secretário da Juventude.

Na corrida desesperada pelos 10 votos, Bernal pode contar hoje com os vereadores Alex do PT, Zeca do PT, Ayrton do PT, Cazuza (PP), João Rocha (PSDB), Luiza Ribeiro (PPS), Gilmar da Cruz (PRB) e Edson Shimabukuro (PTB).

Outros 16 vereadores entendem que é preciso investigar: Paulo Siufi (PMDB), Mário César (PMDB), Carla Stephanini (PMDB), Vanderlei Cabeludo (PMDB), Edil Albuquerque (PMDB), Flávio César (PTdoB), Eduardo Romero (PTdoB), Otávio Trad (PTdoB), Chiquinho Telles (PSD), Coringa (PSD), Delei Pinheiro (PSD), Paulo Pedra (PDT), Alceu Bueno (PSL), Elizeu Dionizio (SDD), Grazielle Machado (PR) e Ayrton Saraiva (DEM). A situação da oposição é bem mais difícil do que do prefeito, já que precisa conquistar quatro dos cinco indecisos para abrir a comissão.