Azambuja não dá secretarias, mas pede nomes a partidos para cargos no governo

O governador eleito, Reinaldo Azambuja (PSDB), afirmou que não vai fazer distribuição de secretarias para conseguir uma base de sustentação forte na Assembleia Legislativa. Ele vem cumprindo a palavra no que se refere a secretarias, mas deve acalmar os partidos com cargos mais secundários.

Lideranças partidárias informaram ao Midiamax que conversaram com o governador eleito sobre o futuro da gestão, mas que não ficou garantida nenhuma cadeira em secretarias. Porém, ponderaram que Azambuja solicitou nomes para compor a administração.

“Ele pediu para apresentar nomes técnicos para participar do governo. Mas, não foi determinado nada sobre secretaria. O partido vai conversar com correligionários e na semana que vem indica os nomes”, explicou o vice-presidente estadual do PSB, Sérgio Assis.

O presidente estadual do PTdoB, Morivaldo Firmino, também detalhou conversa semelhante com o governador eleito. Azambuja também pediu para o partido indicar nomes técnicos para a administração.

Pelo menos oficialmente, Azambuja não tem sofrido pressão de partidos para conseguir governabilidade. Com maior bancada na Assembleia, com seis deputados, o PMDB anunciou que abrirá mão de secretarias e pediu apenas ajuda para chegar à presidência. A atitude do PMDB encorajou o PDT a seguir pelo mesmo caminho, informando a Azambuja que não pedirá secretarias em troca de cargos.

O comportamento dos partidos é agradável ao governador, que não precisa sacrificar o governo com troca de cargos. Porém, tem como lado negativo a desobrigação da base de sustentação, que ficará livre para barrar projetos do governo se não concordar. Isso não acontece, por exemplo, na gestão de André Puccinelli (PMDB), que barrou vários projetos, inclusive da base. A lista de projetos barrados inclui garantias de exames e até publicidade em fila de espera para casa própria.

Azambuja diz que ‘herança’ de Puccinelli na folha de pagamento dos servidores preocupa
 
O governador eleito Reinaldo Azambuja (PSDB) demonstrou preocupação com a dívida de Mato Grosso do Sul e o nível de comprometimento do Estado com relação à ela. O principal agora, diz, é receber os dados do atual governo e avaliar o impacto real na folha de janeiro.

Segundo Azambuja, é preciso analisar números referentes às mudanças nos cargos de carreira do servidor. Além disso, acrescenta, avaliar o comprometimento da dívida do Estado, que tem empréstimos com o BNDS, por exemplo, com vencimentos a partir de 2015.

Conforme afirmou o secretário de Fazenda Jader Afonso, em outra ocasião, Azambuja receberá o Estado com uma dívida antiga de R$ 7,3 bilhões.

O chefe da pasta explicou que o débito foi contraído junto ao governo federal em 1998, por ex-gestores do Estado, mas se arrasta até hoje devido a altos juros. À época, o valor era de R$ 2,3 bilhões, no entanto, as cifras aumentaram até alcançar os números atuais.

A partir disso, o próximo governo estadual conseguirá saber se o Estado poderá e quanto investir ou se vai se comprometer apenas com a folha de pagamento dos servidores e a dívida. “Vamos aguardar os números para saber a realidade”, disse.

Na segunda-feira, será realizada o primeiro encontro com a equipe de transição, que apresentará os dados obtidos nas reuniões em cada secretaria estadual, promovida em novembro.