Athletico muda esquema, finaliza 23 vezes e incorpora espírito da Libertadores para golear

Por Fernando Freire — Curitiba

O Athletico mostrou intensidade do início ao fim para vencer o Jorge Wilstermann por 4 a 0 e aplicar sua vitória mais elástica na história da Libertadores. Marco Ruben, Tomás Andrade, Renan Lodi e Bruno Guimarães balançaram as redes em um jogo marcado por variações táticas, regularidade e pressão.

O Athletico tinha Santos; Jonathan, Thiago Heleno, Léo Pereira, Renan Lodi; Camacho, Bruno Guimarães, Tomás Andrade; Nikão, Rony e Marco Ruben.

O Athletico formava duas linhas de 4 para se defender, em um esquema 4-4-2, com o recuo dos pontas Nikão pela direita e Rony pela esquerda. Com isso, o time de Tiago Nunes não dava espaços para o Jorge Wilstermann, recuperava a bola rapidamente e logo partia para o ataque.

Athletico forma duas linhas de 4 e não dá espaços ao Jorge Wilstermann — Foto: Fernando FreireAthletico forma duas linhas de 4 e não dá espaços ao Jorge Wilstermann — Foto: Fernando Freire

Athletico forma duas linhas de 4 e não dá espaços ao Jorge Wilstermann — Foto: Fernando Freire

Já quando atacava, o Athletico formava uma linha com até cinco jogadores na frente – estratégia comum em times da Europa, como o Manchester City de Guardiola. Assim, o Furacão chegava com até oito jogadores na frente. Só Santos e os zagueiros ficavam atrás.

Quando o Furacão tinha a bola, os laterais Jonathan e Renan Lodi viravam “pontas”, com Nikão, Rony e Marco Ruben por dentro. Além disso, Tomás Andrade, Bruno Guimarães e até Camacho, o primeiro volante, apareciam no ataque. Intensidade total.

Nesse cenário, o Athletico construiu o 4 a 0 naturalmente na Arena da Baixada. O time abriu 2 a 0 no primeiro tempo com os argentinos Marco Ruben e Tomás Andrade e garantiu o resultado com os jovens Renan Lodi e Bruno Guimarães – veja a análise de Tiago Nunes sobre o jogo.

À la City: Athletico forma linha de cinco na frente — Foto: Fernando Freire

À la City: Athletico forma linha de cinco na frente — Foto: Fernando Freire

Além da organização tática, o Athletico também mostrou entrega e disposição – virtudes que a Libertadores costuma exigir. O time ganhou a maioria das divididas (destaque para Thiago Heleno), cometeu 18 faltas e levou apenas um amarelo (com Rony).

Ao todo, o Athletico finalizou 23 vezes – o Jorge Wilstermann, 15 (poucas com real perigo). E o Furacão terminou com 70% de posse de bola. O técnico Tiago Nunes, que mostrava preocupação com o futebol burocrático do time, destacou a importância dessas variações táticas.

– Minha preocupação é criar repertório, que a gente tenha diferentes estruturas de jogo. Gera desafio para os jogadores porque a gente tem uma estrutura básica de jogo. Hoje, a gente jogou mais no 4-4-2 para defender, mas você tendo repertório tira do conforto e rende mais. Tudo isso colabora para que a gente tenha uma equipe mais forte para a temporada – explicou o treinador na entrevista coletiva.

O próximo desafio de Tiago Nunes e seus comandados será contra o Boca Juniors. A partida da terceira rodada está marcada para o dia 2 de abril, uma terça, às 21h30, na Arena da Baixada. Já o Jorge Wilstermann visita o Tolima no dia 3, uma quarta, na Colômbia.

Antes, os aspirantes do Athletico voltam a campo pelo Campeonato Paranaense. Após fazer 8 a 2 sobre o Toledo, o time de Rafael Guanaes enfrenta o Maringá pela segunda rodada do returno. O duelo será no domingo, às 16h, no Estádio Willie Davids, em Maringá.