Após enchente, duas mulheres desaparecem no rio Aquidauana

A Defesa Civil investiga o desaparecimento de duas mulheres em Aquidauana, após as chuvas. Uma de 19 e a outra de 51 anos. Elas sumiram em momentos e em pontos diferentes do rio. Os dois desaparecimentos foram registrados nesse fim de semana. A correnteza está muito forte e a dificuldade de mergulho e de navegação é um impedimento para o avanço das buscas pelos corpos.

Depois de uma trégua de quase duas décadas, agora a situação começa a ser recorrente. Dessa vez, com a chuva do último fim de semana, o rio Aquidauana não suportou o volume de água e transbordou. Já atinge quase dez metros. Seis metros e meio acima do normal. A força da água é eminente e o nível do rio não para de subir. Aumenta quatro centímetros a cada hora. 

“As buscas estão acontecendo, não temos condições de mergulhar, devido ao grande volume de água e entulhos que estão descendo do rio, mas as buscas nas superfícies estão sendo feitas e equipes trabalhando nessa busca”, diz o major Quintana, defesa civil

Casas que ficam ás margens do rio já foram inundadas. Nos pontos de alagamentos, o fluxo de barcos é intenso. Cada um se ajeita como pode e improvisa meios de locomoção. 44 famílias estão desabrigadas. Luciana Silva, passou a noite com a filha em um ginásio municipal. 

“Foi derrepente a noite a água subiu, quando acordamos a água estava dentro de casa” , diz a dona de casa.

Entre as cidades sul-mato-grossenses, de um lado passam apenas veículos de grande porte. Já os carros menores, do outro lado, tem a liberação de apenas uma parte da via. Mas há quem enfrente a água pelo meio mais frágil.

“O tempo está bastante fechado para chuvoso, não há nenhum indicativo de que as águas estão baixando e nem que se estabilizaram então vamos ver como a situação vai evoluir se tiver que interditar vamos interditar”, explica o comandante da polícia militar, Renato Tolentino.

Para que se consiga registrar uma boa imagem, a alternativa é mesmo entrar na água, para entender o que, de fato, acontece no município de Aquidauana. A equipe do MS Record foi em uma rua que se transformou em rio, isso porque a situação é bem diferente das muitas famílias ribeirinhas que tiveram a casa totalmente inundada, até o teto. A expectativa é que a chuva continue até quarta ou quinta-feira, e essa situação, amanhã, será bem diferente.

Quem precisa sair de casa, se arrisca. Outros ficam ilhados. “A parte do fundo está com água, a parte da frente que é mais alta não chegou, mas está chegando”, diz o professor Estevão Ferraz.

“A situação está difícil mesmo, antigamente era de 10 em 10 anos, agora todo ano, é um susto que a gente leva e esse ano a água já entrou dentro da casa e quando entra acaba com tudo”, diz Dilma Ferreira, aposentada.

O empresário, Alfredo Silva Henrique, morador da cidade, nos levou até sua casa. A cozinha já foi inundada e o quintal não existe mais. Se transformou em rio.

“Aqui tem um degrau de um metro e vinte, tem uma escada para você chegar no quintal mais três metros a frente tem uma cerca com outro degrau, quando você estaria as margens do rio Aquidauana, hoje as margens do rio está dentro da minha casa ”, diz o empresário.

Inundação que espanta e preocupa, até mesmo, quem mora no alto. “Ontem estava com água na canela, hoje estou com água quase na cintura, está subindo muito rápido”, relata Paulo Henrique Almeida, universitário.

A assessoria de imprensa de Aquidauana informou que o prefeito da cidade se reuniu na manhã de hoje (8) com a Defesa Civil e com o secretário de obras para discutir se o município vai ou não decretar o estado de emergência, devido à chuva. O prefeito de Anastácio também se reuniu hoje pela manhã com a Defesa Civil e com o secretário de obras. Se as chuvas continuarem, a cidade deve entrar em estado de emergência. 

Conforme a assessoria, o prefeito de Anastácio, Douglas Melo Figueiredo vai amanhã (9) com os senadores Delcídio do Amaral e Valdemir Moka para Brasília, pedir apoio do Governo Federal para as reparações dos danos causados pelas fortes chuvas. Por enquanto, as aulas da zona rural da cidade estão suspensas. (Com colaboração Willian Franco TV MS Record)