André Puccinelli Júnior está entre os presos na operação da Polícia Federal

O filho do ex-governador André Puccinelli, o advogado André Puccinelli Júnior, está preso na sede da Polícia Federal (PF), em Campo Grande. Ele foi preso em casa e levado para o local por volta das 8h. A PF informou até agora que estão sendo cumpridos dois mandados de prisão preventiva – um deles do ex-chefe do Executivo de Mato Grosso do Sul -, além de dois mandados de prisão temporária, seis mandados de condução coercitiva e 24 mandados de busca e apreensão. Também foram sequestrados valores, não informados até o momento, nas contas bancárias de pessoas físicas e empresas investigadas.

Os prejuízos causados pela Organização Criminosa ao erário, levando-se em consideração as fraudes e as propinas pagas a integrantes da organização criminosa passam dos R$ 235 milhões.

A quinta fase da Operação Lama Asfáltica – Papiros de Lama, que invstiga a organização criminosa que desviou recursos públicos por meio do direcionamento de licitações públicas, superfaturamento de obras públicas, aquisição fictícia ou ilícita de produtos, financiamento de atividades privadas sem relação com a atividade-fim de empresas estatais, concessão de créditos tributários com vistas ao recebimento de propina e corrupção de agentes públicos. Os recursos desviados passaram por processos elaborados de ocultação da origem, resultando na configuração do delito de lavagem de dinheiro.

Esta nova fase da investigação decorre da análise dos materiais apreendidos em fases anteriores, cotejados com fiscalizações, exames periciais e diligências investigativas e, ainda, corroborados por depoimentos de colaboradores, os quais participaram do esquema delituoso. Este arcabouço probatório permitiu ratificar a linha investigativa adotada pela força-tarefa acerca do modo de atuação da organização criminosa.

Restaram corroboradas as provas já existentes acerca de desvios e superfaturamentos em obras públicas, direcionamento de licitações, uso de documentos ideologicamente falsos para justificar a continuidade e o aditamento de contratos, aquisição ilícita e irregular de produtos e obras, concessão de créditos tributários direcionados, tudo com a participação de servidores públicos.

Os valores repassados a título de propina eram mascarados com diversos tipos de operações simuladas, de forma a dar falsa impressão de licitude ao aumento patrimonial dos integrantes da Organização Criminosa ou de dar maior sustentação financeira aos seus projetos. Uma das novas formas descobertas da lavagem de capitais era a aquisição, sem justificativa plausível, de obras jurídicas, por parte de empresa concessionária de serviço público e direcionamento dos lucros, por interposta pessoa, a integrante do grupo criminoso. Em virtude deste estratagema, a Operação foi batizada de Papiros de Lama.

 

Renan Nucci e Natália Yahn