Técnico aposta em Luan, que não jogava havia 16 meses, no início da etapa final, quando o rival pressionava, vê equipe dominar e conquistar justa vitória em Brasília
O jogo estava 1 a 1, o Palmeiras tinha sido melhor que o Flamengo num primeiro tempo que esfriou após os cinco minutos iniciais, alucinantes, em que Gabriel Jesus abriu o placar e Alan Patrick empatou logo em seguida. Mas a etapa final começou diferente.
Os mandantes – que levaram o jogo para Brasília – dominavam, com chance de virar. Cuca, então, apostou no atacante Luan, que passou os últimos 16 meses se recuperando de uma grave lesão no tendão de Aquiles, no lugar de Matheus Sales, um volante.
Foi o suficiente para o Palmeiras retomar o controle do jogo: com Luan enfiado na esquerda, Rodinei, o lateral-direito do Flamengo, teve com quem se preocupar na defesa ao invés de partir para o ataque, como vinha fazendo nos últimos dez minutos.
Moisés e Tchê Tchê se aproximaram da defesa para organizar o jogo mais de trás. O ímpeto do Flamengo arrefeceu, a bola voltou aos pés alviverdes e o gol da vitória veio “naturalmente”, como explicou Cuca depois do jogo.
– Quando fizemos a troca, colocamos o Luan. O Tchê Tchê ficou de primeiro volante, para ter uma saída qualificada com o Moisés. Fomos tomando conta do jogo até naturalmente fazer o gol e criar outras oportunidades. Foi merecido pelo que o Palmeiras jogou – definiu o técnico.
A equipe já tinha sido melhor na primeira etapa, ainda que essa tenha sido mais equilibrada. Gabriel Jesus atormentou a defesa rival, o que foi amplificado no segundo tempo.
O primeiro gol teve ajuda rubro-negra: César Martins errou uma virada de bola, e Tchê Tchê, esperto, tocou de cabeça para Jesus. A retaguarda carioca estava desmontada, e o jovem atacante teve frieza para abrir o placar. Não deu tempo de comemorar, pois logo em seguida o Flamengo empatou com um chute indefensável de Alan Patrick.
Os 40 minutos seguintes se arrastaram até que o jogo voltasse a empolgar no começo da segunda metade – com o lamentável episódio promovido pelas duas torcidas, que se enfrentaram no intervalo.
O Flamengo teve chances, mas não aproveitou. O árbitro Dewson Fernando Freitas da Silva também apareceu: deixou de marcar pênalti para o Palmeiras quando Luan cruzou e Léo Duarte desviou com a mão (veja abaixo). Na polêmica seguinte, porém, não tinha como o juiz errar.
Gabriel Jesus, o melhor em campo, aproveitou outro vacilo rival. O garoto conseguiu finalizar, e Muralha já tinha sido batido quando o zagueiro César Martins se atirou na bola, de mão trocada, para fazer a (grande) defesa que não podia. Foi expulso.
Jean bateu o pênalti para fazer 2 a 1 e colocar o Palmeiras na frente, mais justo.
Com um a mais em campo, o time de Cuca se controlou. Manteve o domínio, evitou sustos, e garantiu a primeira vitória alviverde como visitante nesse Brasileiro. No G-4, a um ponto da liderança (tem 12, contra 13 do Corinthians), o time agora se prepara para enfrentar justamente seu maior rival, domingo, às 16h, em casa.