Sem intensidade, Timão não jogou bem novamente na vitória por 1 a 0 sobre a Chapecoense
Por Bruno Cassucci — São Paulo
Vencer sem jogar bem tem sido algo comum para o Corinthiansem 2019. Foi assim mais uma vez na última quarta-feira, quando o Timão derrotou a Chapecoense por 1 a 0, em Itaquera.
Isso certamente não tem sido um problema para parcela considerável da torcida. Afinal, foi desta forma que o Corinthians sagrou-se campeão paulista e avançou fases na Copa do Brasil. Porém, este desempenho não será suficiente para brigar pelos primeiros lugares no Brasileirão.
Mais uma vez com muita sinceridade e boa leitura de jogo, o técnico Fábio Carille admitiu que faltou intensidade para a equipe e que isso foi decisivo para a atuação insonsa contra a Chape, principalmente no primeiro tempo.
Em sua entrevista, o comandante alvinegro expôs um dilema vivido:
– Se você mesclar (jogadores titulares e reservas), você tira o entrosamento. Se colocar o mesmo time sempre, você está se arriscando – disse.
Carille na partida contra a Chapecoense — Foto: Marcos Ribolli
Carille opta, então, por se arriscar e, na humilde opinião deste jornalista, erra. O elenco corintiano deste ano oferece alternativas e deveria ser mais utilizado.
É verdade que o time não jogará “por intuição” em alguns momentos e pode cometer mais erros se alguns atletas forem poupados. No entanto, só assim conseguirá atuar com a intensidade física que o Brasileirão pede.
Um bom exemplo foi dado pelo rival Santos na estreia do campeonato, no último domingo. Mesmo fora de casa, contra um dos melhores times do Brasil, o Grêmio, Jorge Sampaoli sacou alguns de seus principais jogadores, como Carlos Sánchez e Dérlis González, porque eles não estavam com 100% do gás que a partida pedia. A equipe paulista venceu por 2 a 1.
Diferentemente dos últimos anos, quando trabalhou com elencos enxutos, Carille tem em mãos um grupo com diversas opções e com peças de características variadas.
Reservas do Corinthians comemoram gol de Carlos Augusto sobre a Chapecoense — Foto: Daniel Augusto Jr/Ag.Corinthians
Neste ano, 34 jogadores já foram usados pelo Corinthians. O número indica que o elenco tem sido usado em sua plenitude, mas não é isso que acontece. Enquanto há titulares com quase 2 mil minutos jogados, como Henrique e Danilo Avelar, outros bons valores nem sequer estrearam, como Bruno Méndez e Régis.
Além de mexer pouco na escalação (que foi repetida nos últimos três jogos), há baixa rotatividade até mesmo entre quem sai do banco. Mateus Vital, por exemplo, foi o escolhido para entrar nas últimas três partidas, e Vagner Love, nas últimas quatro.
Mudanças na equipe podem não só dar mais fôlego ao Timão, como também aumentar a competitividade e oferecer alternativas técnicas e táticas. Afinal, fica difícil avaliar o que um atleta pode render quando ele atua poucos minutos de uma partida.