Açúcar sobe extraordinários 123 pontos na semana

Os preços do açúcar subiram 123 pontos na bolsa de Nova York no vencimento julho/16, comparando os preços praticados na sexta-feira (27/05) e sexta-feira (03/06)

Dentre os fatores apontados por analistas de mercado estão: a menor safra da commodity em países asiáticos, decorrência dos efeitos do El Niño; gargalos no embarque do adoçante no Brasil, por problemas técnicos em um terminal e disputas com o embarque da safra de milho; e ainda os problemas climáticos que afetam a produção brasileira, responsável pelo abastecimento de mais de 50% de todo o açúcar comprado no mundo.

Na última sexta-feira (3), os preços da commodity em NY fecharam em 18,75 centavos de dólar por libra-peso no vencimento julho/16, alta de 67 pontos no comparativo com a véspera. Os demais vencimentos subiram entre 10 e 68 pontos. O preço da primeira tela, ainda segundo analistas, é o maior desde outubro de 2013.

Para Arnalda Luiz Corrêa, da Archer Consulting, “a movimentação do spread mostra preocupação de que não haja a quantidade de açúcar que o mercado esperava para agora, seja em função do atraso nos embarques pelos portos do Centro-Sul, seja pela quantidade de chuva volumosa que se estima para as próximas semanas com reflexo negativo na moagem, seja pelo rearranjo do livro de futuros das tradings, seja pela compra especulativa dos spreads antecipando toda essa movimentação. Os baixistas estão roendo o que lhe sobrou de unhas”.

Corrêa afirma também, em seu artigo semanal, que “o mercado está nessa situação também porque as usinas estão bem fixadas. A rolagem dos fundos para o vencimento outubro/2016 está sendo neutralizada pela compra dos spreads por parte das tradings. E se os fundos quiserem continuar adicionando mais compras à sua estratosférica posição que beira os 300.000 lotes, certamente não vão encontrar quem lhes venda (tradings e usinas estão no limite) e o mercado vai dar novos espasmos. Ficar vendido à descoberto neste cenário é pedir para apanhar”.

Outra dúvida do mercado, que pode estar pressionando os preços, é a capacidade de produção brasileira para esta safra, isso porque, ainda de acordo com o diretor da Archer, muitos analistas duvidam da capacidade do Brasil em atingir a moagem de 600 milhões de toneladas no Centro-Sul. “Ainda é muito prematuro colocar as fichas nessas hipóteses, mas isso demonstra quão sensível e susceptível está o mercado de açúcar com qualquer notícia que possa – mesmo que remotamente – diminuir a disponibilidade de açúcar”.

Sobre o tempo, a consultoria H.Commcor trouxe em sua análise na última sexta-feira, uma projeção da Somar Meteorologia, “muita chuva sobre São Paulo nos próximos cinco dias com acumulado chegando aos 150 milímetros no centro e leste do Estado até a próxima terça-feira. Além de São Paulo, chove forte também no Paraná e Mato Grosso do Sul. Em Mato Grosso, Goiás e Triângulo Mineiro, a chuva será mais fraca e isolada. Com um bloqueio atmosférico sobre o centro do Brasil, as ondas de frio não alcançam as áreas produtoras pelos próximos sete dias”.

Londres

Os preços do açúcar em Londres também fecharam a sexta-feira (3) com forte alta e negócios em US$ 507,30 a tonelada no vencimento agosto/16, valorização de 12,50 dólares no comparativo com a véspera. As demais telas fecharam em alta de 7,60 a 11,60 dólares.

Mercado doméstico

A saca de 50 quilos do açúcar cristal fechou em R$ 79,00 na última sexta-feira, conforme o índice do Cepea/Esalq, da USP, alta de 0,92% no comparativo com os preços praticados na quinta-feira (2).

Fonte: Portal do Agronegócios